Barbara Pires é vice-coordenadora da Pastoral da Juventude de Registro (SP)
Um dos motivos da juventude que vem participar do Curso de Verão é levar de volta os ensinamentos e experiências vividas aqui para a sua comunidade local. E não é diferente com a jovem “pejoteira” Barbara Pires Garcia, 20.
Barbara participará da organização do Curso de Inverno, em julho deste ano, em Cananeia, sua cidade natal, com pouco mais de 12 mil habitantes no final do litoral sul de São Paulo. O evento reproduzirá o Curso de Verão e terá a participação de jovens de toda a Diocese de Registro (SP), região onde a jovem assumiu neste ano a vice-coordenação da Pastoral da Juventude (PJ).
Cananéia é uma cidade turística que tem entre suas atrações a sua Igreja Matriz São João Batista, sediada em um antigo forte usado pelos portugueses no século XVI para defender o litoral brasileiro. Jovens de diversas comunidades – algumas vulneráveis socialmente e assistidas pela Igreja ¬– formam a PJ da cidade.
Bárbara, que se tornou catequista aos 17 anos e depois não se afastou mais da vida eclesial, participa pela primeira vez do Curso de Verão. Ela está na tenda (oficina) “Liderança de Grupos Populares” e conversou com o CESEEP sobre a experiência. Leia a entrevista a seguir.
Como você ficou sabendo do Curso de Verão?
A irmã Ana (da sua comunidade), ela participou durante muito tempo – foi ela que me introduziu na Pastoral da Juventude, antes não participava – e me convidou para fazer o Curso de Inverno. Já existiam naquele tempo jovens que vinham para cá [São Paulo] pegar essa formação e passar para a gente. A partir do Curso de Inverno, comecei a participar do encontro de jovens da minha cidade e, então, da Pastoral da Juventude. Eu tomei a frente do grupo. É normal, todos os anos vêm jovens da Diocese de Registro para cá e dessa vez, como eu estou na nova coordenação, eu fui escolhida.
Como você planeja levar tudo o que foi oferecido aqui para o Curso de Inverno em Cananeia?
Já tem tudo estipulado como é, eu vou só acrescentar, ajudar. Lá, eu vou pegar essa formação da tenda da “Liderança” (de Grupos Populares), mas não vou para a tenda de “Liderança” lá. Por exemplo, a Fernanda e a Alana (amigas da PJ diocesana) vieram para a tenda da “Liderança” e lá elas vão dar duas tendas de Liderança para jovens, para, primeiro, despertar as lideranças e, segundo, ensinar os que já são lideranças a iniciarem um grupo de jovens nas suas comunidades.
Vão ter várias tendas lá?
Vão ter várias tendas. Tem duas tendas de “Liderança”, nós temos a tenda da “Música”, a tenda “Arte com Criança” – que foi a primeira tenda de que eu participei e a partir dessa tenda eu me tornei catequista, porque eu gostei muito de trabalhar com criança – e também nós temos de “Liturgia”, “Celebração Popular” e vamos ter também agora “Expressão Corporal”, que é mistura de teatro, dança.
E como vai ser a infraestrutura para reproduzir o Curso de Verão?
Vai ser durante a semana. Nós vamos acolher 80 jovens, que é a média de cinco jovens de cada cidade da Diocese de Registro. Então eles vão se hospedar nas casas das pessoas de lá mesmo, em todas as comunidades e em todos os bairros. A gente já fez um pré-Curso de Inverno, que foi, assim, uma missão chamando pessoas para virem participar, fazendo essa experiência. Então as pessoas da comunidade vão dar os seus nomes para acolher os jovens. Os jovens vão ficar na casa delas e a programação é assim: durante todo o dia, depois da parte da manhã até o final da tarde, eles vão ficar na Escola Yolanda, que fica perto da (Igreja) Matriz, inclusive. É o mesmo esquema daqui. Primeiro tem a mística, temos também animação e uma palestra. Chamamos palestrantes para irem lá conversarem um pouco com os jovens, tem um almoço, e na parte da tarde cada um vai para a sua tenda para aprender algum trabalho diferente para a sua comunidade.
No pátio da Escola Yolanda, tem um palco e uma quadra. Estamos vendo onde vamos colocar o palestrante.
O que você está achando do Curso de Verão?
Eu estou gostando muito, está me surpreendendo, porque é um mundo bem diferente. Estou vivendo experiências novas, porque estou começando a participar de grupos onde tem jovens católicos, lideranças, que tem o mesmo trabalho (que eu) ou que estão iniciando ainda. Aqui é bem diferente, não estamos tratando apenas de liderança jovem e da Igreja Católica (Apostólica Romana), mas são várias lideranças que eu pude ver que estão na nossa tenda. São pessoas que têm trabalhos diferentes, não só dentro da Igreja, mas com população, com movimentos, com ONGs. Estou vendo eles contar as histórias, estou me impressionando muito.
Arthur Gandini