A secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Romi Bencke, defendeu nesta terça-feira, 22, na Câmara dos Deputados, uma mudança do estilo de vida das pessoas como ação de cuidado com o saneamento básico. “O saneamento básico é um tema invisibilizado e não angaria votos. Ele tem a ver tanto com política pública quanto com o estilo de vida das pessoas. Se não mudarmos o estilo de vida consumista estaremos destruindo nosso meio ambiente”, afirmou.
Para o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, a fiscalização do poder público precisa ser acompanhada da educação sobre o saneamento básico. “Se não nos educarmos para o saneamento básico, inutilmente faremos cobrança. Sabemos das necessidades da fiscalização, mas creio que é fundamental a prática educativa.”
Romi e dom Leonardo participaram de comissão geral sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”.
O deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), afirmou que não entende como, até hoje, 35 milhões de brasileiros não têm acesso a sistema de água potável. “É difícil de compreender como esse contingente de pessoas consegue viver assim. É a desumanização da humanidade.” Ele lembrou que a falta de investimento governamental em saneamento e direito à água é uma ação irracional. “Todos os especialistas mostram a correlação do direito à água e ao saneamento com problemas de saúde”, disse.
Para o deputado Padre João (PT-MG), o desafio de cuidar do meio ambiente deve se expressar nas votações. “Falar na tribuna é fácil, mas e as votações nas comissões? Nosso voto mostra nosso zelo à casa comum? Viabiliza que cada cidadão tenha acesso à água, à terra, à moradia?”, questionou.
Vale lembrar que a secretária-geral do CONIC falou sobre dois abaixo-assinados que estão correndo no site do CONIC. Um deles fala sobre a questão dos rios mortos (clique aqui para assinar) e o outro trata da construção de hidrelétricas no Tapajós (clique aqui para assinar).
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 51% da população do território nacional têm saneamento básico.
Fonte: Portal Câmara
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