Entre 17 e 20 de novembro, em São Paulo (SP), o CONIC realiza, com o apoio do Dia Mundial de Oração/DMO e do Movimento Lado a Lado, o encontro Mulheres: Direitos e justiça – Compromisso Ecumênico, motivado por três perspectivas: fazer memória da história da participação das mulheres no movimento ecumênico, refletir sobre o que foi feito e o que não feito pelas mulheres em suas comunidades religiosas e propor ações a fim de promover a igualdade entre homens e mulheres nas comunidades de fé e na sociedade.
Guiadas pelo compromisso profético ecumênico, pela justiça e pelo direito para todas as pessoas que habitam nossa Casa Comum, as cerca de 100 mulheres participantes – de diversas denominações religiosas – estão reunidas para celebrar, debater, refletir e propor ações provocadas por três perguntas: O que fizemos pelo caminho? O que estamos fazendo pelo caminho? Quais caminhos queremos caminhar?
Na celebração de abertura, realizada na noite de ontem (17), Glória Ulloa (foto abaixo), presidente do Conselho Mundial de Igrejas para a América Latina, inspirada pelo texto de João 8:1-11, refletiu sobre a sacralidade e a dignidade do corpo feminino e sobre as pedras atiradas às mulheres em suas igrejas e na sociedade. Segundo ela, as igrejas têm não apenas se omitido sobre as violações contra as mulheres no mundo, mas também perpetrado estas mesmas violências, pois, continuam a fomentar as desigualdades entre homens e mulheres teologicamente e em suas formas de ser Igreja.
Por conta desse contexto, Ulloa trouxe os exemplos de movimentos sociais e feministas que tem pautado pela América Latina a necessidade de que nenhuma mulher sofra violência em qualquer espaço da sociedade. Glória Ulloa apresentou, ainda, dados de uma recente pesquisa que atesta que 40% das mulheres que sofrem violências são cristãs, e fez uma conclamação pastoral para que as comunidades de fé se engajem na luta contra as violências contra as mulheres. Seguindo a ideia de que qualquer violência é pecado, Glória inspirou as participantes a assumirem este ato profético de justiça às mulheres como um dos caminhos que deve ser trilhado em todas as comunidades religiosas.
No fim da celebração, as mulheres ordenadas se apresentaram à comunidade congregando, com as demais mulheres, a diversidade e o compromisso ecumênico em prol da luta contra as desigualdades. Num gesto simbólico, a congregação “transformou” as pedras que têm sido jogadas contra os corpos das mulheres em gesto concreto de partilha e de engajamento enquanto cristãs na luta contra as injustiças às mulheres.
Texto: Tatiane Duarte
Revisão: Comunicação CONIC
Fotos: Tatiane Duarte