O encontro deste ano ocorreu no Terreiro Ylê Axé Oyá Bagan, da Mãe Baiana, sacerdotisa de matriz afro-brasileira, sendo a continuidade de um outro encontro extremamente representativo realizado em 2015, ano em que, no Distrito Federal e Entorno, houve uma série de ataques a templos de matriz africana, dentre os quais, o Terreiro Ylê Axé Oyá Bagan.
Em 15 de dezembro daquele ano, o CONIC, com o apoio na mobilização dos organismos ecumênicos, como a Pastoral da Juventude (PJ), a Rede Ecumênica da Juventude (Reju), o Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP), representantes da CNBB, Arquidiocese de Brasília, Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Presbiteriana Unida, Visão Mundial, URI Brasília, além de militantes de direitos humanos e do diálogo inter-religioso, e ainda da Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos do Distrito Federal e CNRDR/SEDH, promoveram uma visita ao templo de Mãe Baiana para expressar um NÃO à intolerância religiosa.
Na ocasião, pastores, bispos e demais lideranças, juntamente com Mãe Baiana, puderam expressar este compromisso através do plantio de um Pau Brasil, enquanto simbolismo de unidade, de resistência e de renovação. À época, a Arquidiocese de Brasília encaminhou uma carta em que defendia o direito à manifestação religiosa, conforme prevê a Constituição, texto este lido no ato por Mãe Baiana.
Neste ano de 2017, a URI – Iniciativa das Religiões Unidas (United Religions Iniciative), por seu Círculo de Cooperação de Brasília, juntamente com o CONIC, Rede Ecumênica da Juventude, Movimento Espiritualidade em Ação e o Terreiro Ylê Axé Oyá Bagan, e ainda, com apoio de membros do Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa – CNRDR e membros da sociedade civil do Comitê Distrital da Diversidade Religiosa – CDDR, como também o OLIR – Observatório da Liberdade Religiosa, a Fundação Palmares / SEPPIR Nacional, Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos do GDF, estes na divulgação, entenderam que nada mais representativo que na semana mundial instituída pela UNESCO, o movimento inter-religioso, o movimento ecumênico e as religiões afrobrasileiras, por suas lideranças e ativistas, bem como, os defensores dos direitos humanos para a diversidade religiosa, pudessem novamente estar juntos reafirmando compromissos numa cerimônia inter-religiosa, marcando assim, mais um evento representativo alusivo à data comemorativa.
A atividade decorreu com um primeiro momento onde foram feitas as apresentações de todos e todas presentes, seguido de falas de Elianildo Nascimento (Comitê Nacional de Respeito à Diversidade Religiosa), contextualizando o momento, da pastora Romi Bencke (secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), explicitando o histórico da visita realizada pela diretoria do CONIC e religiosos cristãos em 2015 e ainda a importância da construção do respeito à diversidade religiosa, e finalmente, Mãe Baiana, enquanto anfitriã, que conduziu na sequência uma cerimônia inter-religiosa no local onde foi plantado o pau brasil.
Destacamos presenças religiosas, além das matrizes africanas e dos organismos que promoveram o evento, também a presença de cristãos, evangélicos, da Abrawicca, Culto de Ifá, Brahma Kumaris, Eubiose, Fé Bahá’i, Luteranos, Religião de Deus, Legião da Boa Vontade, e da esfera institucional, da Secretaria Especial de Direitos Humanos – SEDH, Fundação Palmares, Subsecretaria de Políticas de Igualdade Racial e Conselho Distrital de Direitos Humanos.
Fotos: Elianildo Nascimento, Tatiane Duarte e Thelma Melo