No dia final do 28º Curso de Verão 2015, cursistas e monitores consolidam o compromisso de continuarem atuando em prol da construção de um mundo afetuoso, solidário e justo.
O cursista Manuel Epifânio de Almeida, 60 anos, mais conhecido por Baiano, relata com alegria que o curso possibilitou “ouvir melhor para compreender o mundo jovem”. Apesar de sua acumulada experiência de vida, revela que tem agora o compromisso de “mudar o medo de ver o mundo jovem, voltando pra a casa para analisar e compreender que cada época tem seu costume e seu povo”.

Os compromissos acerca do tema “Juventude e relações afetivas” sintetizam as vivências, partilhas e diálogos realizados nas tendas (oficinas) no decorrer do curso. Apontam também para ações e estratégias de atuação na realidade, melhorando a si e qualificando as ações nos diversos meios que os participantes estão inseridos, como no local de trabalho, nas Igrejas, nas escolas, nos grupos de amigos e movimentos sociais.

Confira abaixo a Carta de Compromissos do Curso de Verão anunciados na cerimônia de encerramento, assumindo-os você também que faz parte desse grande mutirão.
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CARTA DOS COMPROMISSOS DO CURSO DE VERÃO DE 2015
Desse nosso 28o. Curso de Verão, voltamos enriquecidos para nossas famílias e comunidades com a experiência de partilha e reflexão, de vivência ecumênica e inter-religiosa, celebrações, festa e compromissos, que vivemos de 06 a 14 de janeiro de 2015, em torno ao tema Juventude e Relações afetivas. O Curso foi organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, CESEEP, em parceria com a PUC-SP e o TUCA, num grande mutirão com dezenas de outras entidades, comunidades e famílias que hospedaram os que vieram de fora de São Paulo. O Curso reuniu 508 pessoas entre participantes (377), monitores/as (71), voluntários/as das equipes de serviço e coordenação (54), assessores/as (04) e responsáveis das mesas de debate (02). As pessoas pertenciam a diferentes igrejas cristãs, religiões e filosofias de vida e vieram de todas as regiões do Brasil e de países da América (Paraguai, Guatemala, Nicarágua); África (Quênia e Moçambique), Ásia (Indonésia e Índia) e Europa (Itália, Irlanda e Alemanha). Visitaram o curso, para saudar os participantes, o Bispo auxiliar de São Paulo, Dom Júlio Akamine da Região Episcopal da Lapa; o bispo de São Paulo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Dom Flávio Irala e o presidente do CESEEP, Pe. Benedito Ferraro.
As celebrações e palestras da manhã no TUCA foram transmitidas ao vivo pela internet numa parceria entre a Rádio Cantareira, a Rede Rua de Comunicação, o Grupo Transformar e o CESEEP. Internautas de 30 países, somando 6.337, visitaram a página web do CESEEP. No total, 205.408 arquivos de texto, áudio e vídeo foram baixados e houve 244.042 hits. Assim, ao lado dos participantes presenciais, criou-se um amplo público que participou do curso e interagiu com o mesmo por meio das redes virtuais. No intervalo do almoço, a banda Capim Novo puxou um animado forró.
Convencidos de nossa responsabilidade humana, eclesial e cidadã neste campo das relações afetivas entre os jovens e demais pessoas, sonhando com Igrejas, comunidades, famílias e escolas mais acolhedoras e amorosas e com uma sociedade mais justa para todos e todas, assumimos o compromisso de:
NO CAMPO DA FORMAÇÃO
– Organizar nas Igrejas e comunidades, espaços e momentos de formação para a juventude, que promovam o debate e a reflexão sobre o tema da afetividade, da sexualidade, corporeidade e identidade, de maneira ampla e ética, em vista da promoção da vida.
– Construir espaços de referência para uma educação da afetividade e de ética comunitária para o exercício de uma humanidade comprometida e cidadania transformadora.
NO CAMPO DA ÉTICA E DA ESPIRITUALIDADE
– Discutir a ética na totalidade da vida, integrando na vida pessoal a espiritualidade, a sexualidade e a ética para acolher o outro e a outra com amor.
– Reeducar para a sensibilidade diária, testemunhando o mandamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros”.
– Resgatar nas comunidades os “modelos” e referências de pessoas que na gratuidade, dedicaram suas vidas em favor de uma sociedade do bem viver.
– Resgatar o valor cultural dos povos tradicionais, inculturando nossas celebrações, para fortalecer e valorizar nossa identidade.
– Alimentar a fé e a esperança dos jovens na busca da realização de seus sonhos e de sua identidade.
– Buscar a integração da sexualidade e da espiritualidade a partir da lógica do amor, interligando essas duas dimensões, sem banalizar e sabendo-se colocar no lugar da/o outra/a.
NO CAMPO DAS INICIATIVAS COMUNITÁRIAS E CIDADÃS
– Combater as desigualdades sociais de gênero, etnia e raça.
– Comprometer-se com a luta pela libertação da mulher e do homem do peso da cultura dominante-
– Incentivar nos Movimentos e nas Pastorais a discussão das questões ligadas ao povo negro, à sua história, cultura, simbolismos, discriminação, combatendo a repressão do Estado, a violência e o extermínio da juventude negra e da juventude em geral, através do diálogo, da educação popular com a promoção de uma cultura de paz.
– Criar grupos de apoio e conscientização nas comunidades para mobilizar políticos e órgãos governamentais, para que sejam estabelecidas políticas públicas em favor da juventude e das famílias em suas novas configurações.
– Ser sujeitos participantes e protagonistas em nossos trabalhos pastorais. Colocar-se a caminho, estar disponíveis e ser ativos, em permanente avaliação e mudança para o amadurecimento e crescimento.
Encerramos nossa jornada com os olhos voltados para 2016, quando de 06 a 14 de janeiro, o Curso de Verão desenvolverá o tema: ECONOMIA PROMOTORA DOS DIREITOS HUMANOS E AMBIENTAIS.
São Paulo, 14 de janeiro de 2015 – www.ceseep.org.br















