O segundo dia do 28° Curso de Verão inicia com uma grande juventude no Teatro da Universidade Católica (TUCA) da PUC – São Paulo, um povo muito especial, sedento para partilhar conhecimentos e aprender um com o outro. Teve muitas trocas de olhares, muito ritmo com o grupo de animação, um lindo poema e um espetáculo artístico, com o artista plástico Anderson desenhando ao vivo a representação do olhar.
Depois de terem proporcionado ao grupo a harmonia e a sintonia de todos os participantes deu-se início a palestra temática: “Corporeidade e identidade: mapeando o universo da sexualidade humana e das relações afetivas”. Com Ana Cristina Canosa, psicóloga, terapeuta e educadora sexual.
Durante a palestra foram levantados diversos assuntos importantes a respeito da sexualidade, entre muitos, se destacou: Nós não somos alguém sem o outro.
Segundo a sexóloga, o nosso corpo é sexuado desde que nós nascemos, e até antes, pois a criança é idealizada pela família, mediante a escolha do sexo pelo casal, antes mesmo de nascer. É na experiência da relação com o outro que nós vamos nos concebendo como ser e nesta afinidade nós vamos nos construindo como pessoa na sociedade.
Há uma diferença entre sexo e sexualidade. Para a psicóloga, sexo é nascer macho ou fêmea, enquanto a sexualidade é afeto. A sexualidade tem uma dimensão psicológica – eu sou homem ou sou mulher.
As juventudes hoje conseguem falar do tema sexualidade de forma mais livre, conhecendo melhor o seu corpo, principalmente as mulheres, que antes eram tidas como “objeto” de procriação. Hoje elas têm mais autonomia na escolha do seu parceiro. Entendendo sempre que o desejo sexual nasce do corpo.
Durante a palestra foi passado um trecho do filme “Menina dos Olhos”, através do qual a psicóloga fez questão de enfatizar que a crise da identidade e da cultura não está nos adolescentes, mas sim nos adultos.
Muitos dizem que certas coisas são erradas, mas eles mesmos as cometem durante a vida. Enfatizando o fato de as juventudes viverem em crises ou mudanças de comportamentos. Por isso, faz-se necessário os adultos entenderem melhor o seu universo e darem mais seguranças para as juventudes.
Para Ana Canosa, existem diferenças entre o amor e o sexo. O amor é interpessoal, nasce com a relação do outro, o cuidado e o compromisso; já a energia sexual ela é criativa, agressiva, “da pegada” e curiosa, que pode ser passageira ou eterna, depende da química com a outra pessoa.
Portanto a palestra terminou com algumas perguntas para refletir: Somos alguém sem o outro? Sem transgressão não há evolução? O amor é um ato da sua vontade? Quais os modelos de compromisso que a juventude tem atualmente? Quais os padrões sexuais de comportamento social? Quais os limites entre o publico e o privado na vida sexual? O que eu espero de um parceiro na reação efetiva e sexual? Até que ponto eu me abandono para me comprometer com o outro?
Acompanhe ao vivo amanhã às 8h30 no site www.ceseep.org.br as respostas da sexóloga sobre estas questões.
Jornalista Ana Cleudes Almeida