INTRODUÇÃO
O Curso Latino-americano de Formação Pastoral foi o primeiro organizado pelo CESEEP, e durante quatro anos (1983-1987), o único, com a duração de dois meses completos. Atualmente é um dentre os seis cursos mantidos diretamente pelo CESEP, ao lado de outros levados adiante em parceria com outras instituições.
O Curso foi sendo avaliado e reformulado em alguns momentos de reflexão mais aprofundada que determinaram o seu rumo e o do próprio CESEEP: um seminário, logo no seu terceiro ano, com representantes de um grande número de centros de formação da América Latina, mais teólogos, cientistas sociais e biblistas forneceram pistas preciosas para fixar os seus conteúdos; um segundo seminário de revisão e reflexão que contou com a ajuda do CINEP de Bogotá e do DEI de Costa Rica ajudou a aclarar e definir melhor as questões metodológicas e instrumentos pedagógicos, como o questionário prévio enviado aos participantes, a semana de partilha das práticas e o confronto semanal entre teoria e prática. Um novo seminário sobre a crise dos paradigmas em 1992 permitiu repensar alguns dos fundamentos e pressupostos teóricos deste e dos demais cursos do CESEEP.
Em 1999, definido como ano de avaliação para o curso, foi realizada uma pesquisa com os cerca de mil ex-cursistas para melhor aquilatar os elementos do curso que haviam sido de maior proveito para seus trabalhos e vida pessoal e as principais lacunas sentidas, diante da mudada realidade social, política e eclesial. Em seguida, dentre estes ex-cursistas, cerca de trinta representando turmas de diferentes anos, países, pertença religiosa, gênero e idade foram convidados para um curso especial de três semanas. Ali, foram aprofundados alguns dos temas apontados como novos ou ausentes e dedicada toda uma semana para, à luz dos resultados da pesquisa, repensar o curso e tirar propostas para o futuro
Diante das mudanças no cenário econômico e social, cultural e religioso que impunha uma mudança, a partir ainda das sugestões trazidas pelos ex-cursistas e refletidas junto com assessores, diretoria e equipe, decidiu-se por uma reformulação em profundidade do curso que passou a afetar os conteúdos (novos temas centrais); sua duração (curso mais compacto) e enfoque foco (atividades mais dirigidas e dinâmicas, centradas na problemática urbana).
A escolha da problemática urbana deveu-se ao fato de as igrejas terem tido historicamente um insediamento rural e lidado com uma religiosidade ligada aos ritmos da natureza. Com estas opções, o curso ganhou um formato compacto de oito semanas, maior consistência temática e metodológica.