A sociedade contemporânea traz em seu bojo uma das características, talvez seja a principal, que é a necessidade e a possibilidade de estabelecermos relações. Tornam-se perceptíveis as alterações de comportamentos provocados pela imensa quantidade de mecanismos de comunicação e de interação. Tanto que a nossa cultura passa a ser justamente marcada por essa “obrigação” de interagir. Somos a sociedade da rede. Diante desta realidade, pode-se afirmar com tranquilidade que a comunicação é o elemento que articula todas as mudanças sociais.
O Curso de Verão é um programa de formação popular que a partir da compreensão da realidade e dos seus desafios busca uma transformação da sociedade. E mais ainda, é um espaço ecumênico e inter-religioso de convivência. Portanto, um lugar de encontro. Onde as pessoas se comunicam primeiramente de forma dialógica presencial e que depois se propaga efetivamente nas novas formas de atuar e interagir que os meios de comunicação trazem consigo.
Neste lugar de encontro, ou seja, no Curso de Verão, é que especificamente se realiza um tipo de comunicação que promove a interação entre aspectos humanos e tecnológicos. Assim a riqueza desta interação acontece porque todos que fazem parte deste mutirão de formação entendem que a acolhida é a primeira forma de se comunicar.
Ela acontece de antemão na gratuidade dos voluntários, entre monitores e equipes de serviços; nas famílias e comunidades que garantem a hospedagem aos cursistas; em cada celebração, no plenário e nas “tendas” (oficinas), enfim, em todos os momentos em que neste lugar de encontro se compartilha a multiplicidade de referências simbólicas, onde as palavras se completam com gestos, se interagem e dialogam, como também nas variações de uma comunicação mediada por um computador ou um smartphone.
Frei Zeca
