Participantes da 30ª edição do Curso de Verão que acontece na PUC SP, até o dia 14 de janeiro, e tem como tema: “Educar para paz em tempos de injustiças e violência”, por meio de uma nota pública manifestarem repúdio aos massacres acontecido nos presídios de Manaus, AM, e de Boa Vista, RR, no início de janeiro.
“Opomo-nos ao Estado Penal e Policial vigente, a lógica que criminaliza das pessoas negras e pobres e sua política de encarceramento em massa. Boa parte dessas pessoas fica meses encarcerada, sem acusação formal, sem processo legal, sem julgamento ou condenação judicial, são mantidas em situações degradantes e ainda sofrem sevícias, em frontal violação dos artigos 5º. e 9º. da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, afirma a nota.
Da mesma forma, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz se manifestou repudiando o massacre. “Não podemos silenciar ante o desrespeito à pessoa (violências), expresso em ofensas psíquicas, morais e físicas, contra mulheres, negros, indígenas, deficientes e outros segmentos vitimados por preconceitos. Desrespeito que se estende à sociedade de um modo geral, por intermédio da corrupção e da desordem administrativa que desestrutura os sistemas, a exemplo de: educação, mobilidade nas cidades e nos campos, saúde” afirma mensagem.
Leia a íntegra da Nota da Comissão Brasileira de Justiça e Paz
Leia a íntegra:
Nota Pública das/os Participantes do Curso de Verão 2017 sobre os massacres no sistema carcerário brasileiro
“A Paz é Fruto da Justiça”. (Is 32, 17)
Nós, participantes da 30ª edição do Curso de Verão Educar para a Paz em Tempos de Injustiças e Violência, curso organizado e promovido pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEEP, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, de 06 a 14 de janeiro de 2017, manifestamos nosso profundo pesar e solidariedade com todas as famílias e amigos das vítimas dos massacres ocorridos em unidades prisionais de Manaus, AM e de Boa Vista, RR.
Repudiamos toda e qualquer forma de violência que precariza ou ceifa as vidas, em especial, das pessoas marginalizadas e empobrecidas.
Opomo-nos ao Estado Penal e Policial vigente, a lógica que criminaliza das pessoas negras e pobres e sua política de encarceramento em massa. Boa parte dessas pessoas fica meses encarcerada, sem acusação formal, sem processo legal, sem julgamento ou condenação judicial, são mantidas em situações degradantes e ainda sofrem sevícias, em frontal violação dos artigos 5º. e 9º. da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante (Art. 5º.);
“Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado” (Art. 9º.).
São Paulo, 08 de Janeiro de 2017