Tema – Na brisa leve do Espírito, como abrir caminhos para alacancar o bem-viver: Desafios para uma espeiritualidade profética
“ e depois do fogo, um murmúrio, um murmúrio de uma brisa suave…”
(1Rs 19,1-18)
O Curso de Verão de 2018 tem, como inspiração bíblica, a experiência do profeta Elias na (re)descoberta de Deus, do transcendente para além das imagens tradicionais, vinculadas às expressões de poder, encarnadas em fenômenos de força destruidora dos inimigos: furacão, terremoto, vendaval e fogo. É a imagem de um Deus que, como Rei todo-poderoso, aniquila e submete, em embates, buscando sempre a dominação, acima de tudo.
Elias viveu esta experiência no embate entre Javé e o deus Baal, saindo vitorioso e mandando matar os 350 sacerdotes de Baal. Com este fato, ele despertou a fúria da rainha, fiel do deus Baal, que buscava matá-lo como revanche.
Elias então foge para o deserto, e caminha, solitariamente, por 40 dias, até chegar ao monte Horeb. Nesta sua saga, Elias sente que não é melhor que seus antepassados e pede a Deus que o deixe morrer.
Em meio ao sofrimento, Elias entrou numa gruta e passa pela experiência do renascer…. Quando tudo se acalma no ambiente externo, e no próprio interior de Elias, ele foi capaz de perceber e sentir o “murmúrio de uma brisa leve”, cobriu o rosto e se deu conta de que Javé estava ali!!!
Em verdade, Elias se dá conta de que ele vivia uma imagem errada de Deus, tomando consciência dos seus limites e do caráter coletivo da missão profética. Elias entendeu profundamente esta missão junto ao povo. Encheu-se de energia e esperança, descendo a montanha para dar continuidade à sua ação profética, buscando apoio e partilhando com homens e mulheres dispostos a assumir esta missão.
Nós, mulheres e homens do nosso tempo, no mutirão do Curso de Verão na Terra do Sol, também precisamos, como Elias, redescobrir Deus na brisa leve do Espirito. É este o nosso grande desafio, num mundo de violências e corrupção, de extremo individualismo, mercantilização da vida, de acirradas competições, buscando o sucesso do mercado, o dinheiro acima de tudo, a condição de mais poder e vantagens dentre os outros, a posse extrema dos bens. É a lógica do capital a nos envolver, em uma total inversão de valores: a vida submetida ao bem-consumir!!!
As coisas do mercado parecem tudo dominar, em um “fetiche” que não nos deixa entender o essencial, e perceber a Vida como o bem maior.
Determinados grupos religiosos mergulham na “Teologia da prosperidade”, criando uma relação de troca com Deus, submetida aos mesmos princípios do mercado.
Faz-se urgente encarnar a lógica do BEM-VIVER, no exercício de uma “cultura da recusa” à lógica dominante. É esse o nosso desafio, vivenciando uma espiritualidade profética e militante.
A grande tarefa é dar concretude à nossa missão profética e militante em um mundo “aos pedaços”, cindido por desigualdades, injustiças, exclusões ou inclusões precárias.
O Curso de Verão de 2018 nos conclama a refletir e delinear projetos de luta para fazer valer o BEM-VIVER.
Mais informações e inscrições acesse: 18º CURSO DE VERÃO NA TERRA DO SOL