Estamos todos emocionados nesta manhã de segunda feira com a travessia de nosso querido Francisco, Bispo de Roma. Foi ele quem sempre nos aqueceu com sua presença viva em tempos difíceis da comunidade eclesial católica. Foi uma presença profética, ousada, corajosa, mas também terna e acolhedora.
Seguindo o seu conselho, a sua partida não deve ser para nós motivo de desânimo ou tristeza. Há que cuidar com carinho para manter viva em nós e no mundo as suas palavras de esperança. Ontem, na missa de páscoa, pudemos ouvir uma citação feita por papa Francisco do livro de A. Zarri. O autor recorria a Deus para pedir que a cada manhã, pudéssemos amanhecer com ALEGRIA.
É essa alegria que deve habitar conosco, mesmo depois da travessia de Francisco.
Francisco dizia num de seus discursos dessa Páscoa que o Jubileu que se inaugura acontece com um convite fundamental para nós:
“Renovar em nós mesmos o dom desta esperança, a mergulhar nela os nossos sofrimentos e as nossa inquietações, a contagiar aqueles que encontramos no caminho, a confiar a esta esperança o futuro da nossa vida”.
Devemos, sim, no dia de hoje, seguindo o conselho de Francisco, chorar pela dor do mundo, no mundo que perdeu a linguagem da riqueza interior.
Como diz Francisco, o que precisamos é de “lágrimas sinceras” diante de um “mundo despedaçado”. Lágrimas que possam acionar uma fé que move montanhas; que possam acionar nossa iracúndia sagrada contra as guerras e a dor no mundo. E de modo muito particular, contra o genocídio em curso na Faixa de Gaza, que podia, sem dúvida, transformar-se em Faixa de Gaia.
Francisco nos disse nessa Páscoa, que acabou de acontecer, que toda a nossa vida deve ser uma “PRESENÇA DE ESPERANÇA”.
Dizia Francisco na Vigília Pascal, que mesmo sentindo, em nosso tempo, o peso da morte e as sombras do mal, “que continuam a sua marcha ruidosa no mundo”, é nossa nobre tarefa manter vivo o ânimo, a ira sagrada, o desejo de solidariedade e compaixão.
Apesar de todos os “ventos de morte” que sopram em nosso tempo, a nossa tarefa, diz Francisco, é a de “reproduzir a Páscoa em nossa vida”, sendo sempre “mensageiros de esperança, construtores de esperança”.
Foi-nos confiado um grande desafio: de sermos testemunhas do Reino de Deus, mantendo aceso no coração o desafio de não deixar apagar no tempo o grande sonho de Jesus.
Reprodução: Faustino Teixeira