Deste 29º Curso de Verão, voltamos enriquecidos para nossas famílias e comunidades com a experiência ecumênica e inter-religiosa de partilha, reflexão, celebrações, festa e compromissos, que vivemos de 06 a 14 de janeiro de 2016, em torno do tema Economia promotora dos direitos humanos e ambientais. O Curso foi organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, CESEEP, em parceria com a PUC-SP e o TUCA, num grande mutirão com outras entidades, comunidades e famílias que hospedaram os que vieram de fora de São Paulo. O Curso reuniu 372 pessoas entre participantes (255), monitores/as (67), voluntários/as das equipes de serviço (38), coordenação (08) e assessores/as (04). As pessoas pertencem a diferentes Igrejas cristãs, Religiões e Filosofias de vida e vieram de todas as regiões do Brasil e de países da América, África, Europa e Ásia. Visitaram o Curso, para saudar os participantes, o bispo de São Paulo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), Dom Flávio Irala, presidente do CONIC, o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, e o presidente do CESEEP, Pe. Benedito Ferraro.
As celebrações e palestras da manhã no TUCA foram transmitidas ao vivo pela internet numa parceria entre a Rádio Cantareira, a Rede Rua de Comunicação, o Grupo Transformar e o CESEEP. Cerca de 3.000 internautas do Brasil e de 56 outros países, visitaram a página web do CESEEP durante o Curso, criando um amplo público virtual que pode interagir através das redes sociais. No intervalo do almoço, a banda Capim Novo puxou um animado forró. Ganhamos também emocionante apresentação de peça sobre Dom Helder Camara, encenada pelo grupo teatral O Tijolo.
Convencidos de nossa responsabilidade humana, eclesial e cidadã neste campo da economia, do meio ambiente e do cuidado com nossa Casa Comum, tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) deste ano, assumimos o compromisso de, em relação à:
Casa Comum
– Buscar conhecer melhor a realidade local, bem como a conjuntura social, política, econômica, cultural e ambiental mais ampla e sentirmo-nos parte integrante da Criação e capazes de nos indignar, cuidar, educar, mobilizar e recriar.
– Estudar em grupos ecumênicos e inter-religiosos o tema da CFE: Casa comum: nossa responsabilidade e levar a reflexão e as ações da Campanha, para além do tempo da Quaresma.
– Conhecer e partilhar experiências e saberes de preservação do meio ambiente; ser exemplo e orientar as pessoas para a coleta seletiva e a reciclagem do lixo.
– Mudar nossos hábitos e cuidar melhor da água, com um uso mais consciente; reduzir ao máximo a produção de lixo, cultivar uma relação diferente com as coisas, superando a relação de dominação sobre a natureza na consciência de que somos parte dela.
– Promover, fomentar e divulgar as iniciativas locais como hortas comunitárias, reservatórios de água, plantio de árvores, artesanato com reaproveitamento de materiais descartados junto a grupos populares que geram economia solidária e garantem a sustentabilidade ambiental.
– Cobrar das autoridades municipais o acesso de todas as famílias à agua potável; ao esgotamento sanitário e seu tratamento e à coleta, reciclagem e destino final adequado dos resíduos sólidos.
– Denunciar a ação destrutiva do agronegócio e de empresas poluidoras da terra, água e ar.
– Intensificar o controle social do patrimônio socioambiental e acompanhar a execução de políticas públicas.
– Construir cisternas comunitárias nas periferias.
Economia
– Trabalhar nas escolas, grupos, comunidades e movimentos sociais, a questão do consumismo, do endividamento, do uso imprudente dos crediários e empréstimos bancários.
– Incentivar compras à vista e o uso de medicamentos genéricos.
– Fortalecer mutirões, ações coletivas e cooperativas populares, dando-lhes visibilidade.
Formação
– Fomentar espaços locais de educação popular; criar grupos de estudo para o fortalecimento da economia solidária, formação da consciência crítica e mudança das nossas práticas pessoais e sociais.
– Educar para o exercício da cidadania; lutar para que todos tenham acesso à educação e para que sejam introduzidas noções de ciência política e econômica no ensino fundamental e médio.
– Garantir uma capacitação dos professores nos conhecimentos de economia.
– Partilhar nas comunidades e grupos locais a experiência e o saber adquiridos no Curso.
– Mobilizar iniciativas pedagógicas para o cuidado com a Casa Comum e para o bom uso e reaproveitamento dos alimentos.
Espiritualidade
– Reavivar, unir e fortalecer os movimentos sociais; assumir e fortalecer o estudo bíblico, o diálogo inter-religioso e o ecumenismo em nossas comunidades.
– Ter um olhar diferenciado para o ser humano na sua dignidade.
– Repensar certas expressões de nossa fé, recuperar o senso de responsabilidade, superar a intolerância, os tabus e preconceitos e assumir a coerência do Evangelho.
– Fortalecer a militância da juventude através das mídias digitais e redes sociais.
– Dar apoio à CPT, ao CIMI e aos lavradores e indígenas ameaçados de morte.
– Assumir uma postura profética frente a situações de opressão e desrespeito à pessoa humana.
– Viver de forma coerente a nossa fé, como profetas e profetisas; denunciar as injustiças, anunciar a liberdade e acompanhar os projetos de políticas públicas em nossas comunidades, optando pelos excluídos, a partir de nova prática social e política.
Encerramos nossa jornada com os olhos voltados para 2017, quando de 06 a 14 de janeiro, o Curso de Verão desenvolverá o tema: EDUCAR PARA A PAZ, EM TEMPOS DE INJUSTIÇAS E VIOLÊNCIA.
São Paulo, 14 de janeiro de 2016.
CESEEP: www.ceseep.org.br