“Os ‘não recomendados pela sociedade’ terão as máscaras
da injustiça e da corrupção arrancadas do seu rosto”.
A Celebração de Abertura do Curso de Verão de 2018 teve início às 15h, no Teatro Tuca da PUC-SP. Todos os cursistas cantavam “achei difícil a viagem até aqui, mas eu cheguei”. São mais de 400 pessoas que toda segunda semana do mês janeiro, por nove dias, se encontram para participar deste grande mutirão.
Depois de agradecer a presença dos cursistas vindos de várias regiões do Brasil e também de outros países da América Latina, a coordenadora do Curso de Verão, Cecília Franco, destacou que este curso é um espaço de partilha e experiência e que só é possível acontecer porque é feito em mutirão. Enfatizou que cada cursista – ao assumir este projeto maior de educação popular, de uma presença ecumênica e de um respeito a diversidade religiosa – encontrará neste curso um lugar para aprofundar e revisar o projeto comum de mudança da realidade ética e política de nosso país.
Nesse momento a equipe de celebração convida a todos os cursistas a refletirem sobre a gritante e sofrida realidade em que vivemos. As luzes do teatro vão se tornando uma penumbra e no palco todos veem apenas corpos estendidos no chão que, a cada flash de uma foto tirada, vai revelando a sua identidade. São corpos: de um negro, visto por muitos como bandido; de um gay, rotulado como pervertido; de um indígena, visto como incivilizado; de uma mulher, vítima da violência machista; de um pobre, visto como fracassado; de um imigrante, considerado como ameaça e, por fim, de uma liderança política, rotulada como “coxinha” ou “esquerdopata”.
Todos esses corpos, pessoas e suas identidades, perdendo a sua dignidade diante dos sistemas sociais, políticos, econômicos e religiosos que oprimem e matam. Com a música de Caio Prado “Não recomendado”, o momento de mística na Celebração de Abertura propõe que a temática do Curso de Verão deste ano – “Ética e participação popular na política a serviço do bem comum” – levará a uma consciência de que todos os “não recomendados pela sociedade” terão as máscaras da injustiça e da corrupção arrancadas do seu rosto.
O encerramento desse momento forte de reflexão foi conduzido pela Cecília, convidando a todos os cursistas a cantarem o mantra “Deus é Amor, arrisquemos viver por amor”. Essa vivência do amor gratuito gera na vida de cada pessoa e da comunidade o querer estar juntos e o querer construir o mundo diferente, com ética, onde as pessoas fazem parte e precisam dos outros.
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