Domingo, 4 de setembro de 2016. Dia de muito sol e luz em Roma. Uma multidão compacta, superior a 100 mil pessoas, move-se lentamente e transborda da Praça São Pedro, no Vaticano, pelas ruas adjacentes, especialmente via della Conciliazione. Está para começar a Santa Missa de canonização de Madre Teresa de Calcutá, apenas 19 anos aopós a sua morte. No mar de gente, destacam-se o hábito da Congregação das Missonárias da Caridade, fundada pela nova santa, e os pobres por ela tão intensamente amados. Pouco a pouco, a massa humana se recolhe num sentimento de gratidão quase palpável.
Na introdução são lembrados seus passos essenciais: uma religosa que se entregu à missão entre aos pequenos e últimos, aos indefesos e excluídos com toda força, todo coração e toda a alma. Nela unem-se a fragilidade humana e a graça infinita de Deus. Como poucos e poucas, soube traduzir para o século XX a Boa Nova de Jesus Cristo. Representa um verdadeiro ícone do Jubileu da Misericórdia.
Madre Teresa nasceu na Madedônia (hoje Albânia), em 1910, e exerceu seu ministério em Calcutá, Índia, onde faleceu em 1997. Em 1979, foi reconhecida mundialmente com o Prêmio Nobel da Paz. Bandeiras de muitos países sobrevoam sobre a grande maré de cabeças. Ao lado po Papa Francisco, presidente da celebração eucarística, estão os cardeais, bispos e padres concelebrantes, juntamente com as autoridades de diversos países, destaque para a Abânia e a Índia.
“Mãe dos pobres”, “santa da misericórdia”, “personificação moderna da caridade” – eis os títulos que se houve pela boca dos jornalistas e do povo. No fundo um sinal dos tempos da sociedade contemporânea, tão marcada pelo secularismo, o individualismo e pela indiferença. Madre Teresa comove Roma e o mundo com sua incasável solidariedade. Seu rosto cavado de profundas rugas, seu olhar cheio de brilho e energia, seu sorriso límpido e transparente – tudo nela parece esconder e revelar, ao mesmo tempo, a ternura, o carinho e a delicadeza do próprio Deus.
Para terminar, sublinhemos duas frases. A primeira de Santa Madre Teresa: “Sem Deus somos demasiado pobres para ajudar os pobres”. A outra do Papa Francisco durante a homilia: “Mais do que uma ajuda eventual a um necessitado, o Senhor nos pede uma vocaçâo à caridade, para realizar a vontade de Deus(…). Madre Teresa foi generosa e dispensadora da misericórdia de Deus. Fez sentir aos poderosos da terra a sua culpa por tantos injustiças e injustiçados. A misericórdia foi para ela o sal que dá sabor à vida e à missão”.
Pe. Alfredo J. Gonlaçves, cs