Com muita alegria, emoção e festa, depois de três anos bloqueados pela pandemia, voltamos a nos encontrar presencialmente para este 37º. Curso de Verão, para partilhar nossas experiências, aprofundar e reforçar nossos compromissos. O curso aconteceu de 04 a 13 de janeiro, com o tema: TRABALHO COMO DIREITO: POR VIDA DIGNA E JUSTIÇA SOCIAL. As pessoas que não puderam viajar até São Paulo, organizaram-se para seguir o curso à distância e participar em tendas virtuais, no período noturno, acompanhadas por monitores/as do curso.
O Curso foi organizado pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – CESEEP, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o Teatro da Universidade Católica (TUCA) e com o apoio e colaboração de outras pessoas, entidades, movimentos sociais, Igrejas, comunidades e famílias. Cada qual contribuiu, de forma generosa e gratuita, para esta formação de lideranças pastorais e sociais neste grande mutirão de saberes, vivências e compromissos.
Neste ano, o curso reuniu 328 pessoas: 142 cursistas de diferentes regiões do Brasil e de outros 13 países, da América Latina (Argentina e México), África (Gana, Zimbabwe, Burundi, República Democrática do Congo, Angola e Moçambique), Ásia (Timor Leste, Indonésia e Índia) e Europa (Portugal e Itália), no modo presencial e 45 no virtual; 14 assessores/as, 12 convidados para as Mesas de Diálogo, 115 voluntários/as da monitoria e das equipes de serviço. Os momentos orantes e as palestras na manhã no TUCA, assim como as celebrações de abertura e encerramento foram transmitidas ao vivo pela equipe de comunicação do Curso pelo canal do YouTube e tiveram mais de 7.080 visualizações e outras 4.724 pelo Instagram, até o dia 11.
Estiveram na abertura do evento e saudaram as/os participantes a Reitora da PUC, Professora Dra. Maria Amália Pie Abib Andery acompanhada do Prof. Dr. Márcio Alves da Fonseca – Pró-reitor de Pós-Graduação e da Profa. Dra. Marcia Fraire – Pró-reitora de Planejamento e Avaliação Acadêmicos, o prof. Dr. Wagner Lopes Sanchez, coordenador do departamento de Ciências da Religião da PUC e presidente do CESEEP, Juçara Terezinha Zottis, tesoureira do CESEEP, Dom Reginaldo Andrietta, bispo da diocese de Jales SP, assessor e participante do Curso, Pe. José Oscar Beozzo, coordenador geral do CESEEP. Foi organizado e assinado pelos participantes o abaixo-assinado em solidariedade às pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo e de repúdio à proposta de CPI, que visa criminalizar as entidades que lhes prestam apoio e socorro e o Pe. Júlio Lancelotti da Pastoral de Moradores de Rua da Arquidiocese de São Paulo.
Interpeladas/os pela dura realidade das trabalhadoras/es, das pessoas desempregadas e excluídas/os, mas também animados por testemunhos proféticos abordados no curso, assumimos alguns compromissos em relação:
OS DESAFIOS DA NOVA REALIDADE DO TRABALHO
– Aguçar o olhar crítico diante da realidade; buscar luzes a partir dos desafios apontados para se manter viva a esperança e atuar para transformar a economia, a política e as relações de trabalho, de raça e gênero.
– Ouvir mais e falar menos; ter cuidado com o lugar de fala; estar atentos às pessoas invisibilizadas, às pessoas com deficiência, às pessoas trans e às que estão em situação de rua.
– Reforçar a presença e diálogo, como ponto de partida para ações de acolhimento e de construção de um caminho revolucionário para a emancipação da exploração capitalista neoliberal.
– Apoiar a economia solidaria; comprometer-se com o consumo consciente e motivar a participação da juventude e de toda população nas lutas populares e no cuidado com a Casa Comum.
– Empenhar-se na construção de uma sociedade que garanta perspectivas para as juventudes na sua diversidade, trabalho digno para todas as pessoas, equidade para as mulheres e a população preta, cuidado e seguridade para os mais velhos.
– Aprofundar propostas que apontem para mudanças mais estruturais, numa perspectiva libertadora, solidária e de superação do machismo nas nossas práticas familiares e comunitárias.
AOS DESAFIOS E TAREFAS DA EDUCAÇÃO POPULAR COM LEVEZA E ARTE
– Utilizar a arte como instrumento de formação da sensibilidade e emancipação da classe trabalhadora; promover espaços de arte e cultura populares em nossos territórios e dar visibilidade às obras de arte e trabalhos de emancipação da classe trabalhadora.
– Incentivar mais o olhar para a arte, a partir da perspectiva da fala; tornar a arte mais acessível dentro dos movimentos de luta.
AOS DESAFIOS PARA UMA ESPIRITUALIDADE MILITANTE E ESPERANÇADORA
– Manter os pés no chão da realidade e praticar o que se teoriza e se prega a partir da vivência encarnada.
– Trabalhar a linguagem dos símbolos e a expressão artística nas pastorais, movimentos sociais, ambientais e na reflexão bíblico- teológica, descolonizando a transmissão do evangelho.
– Trabalhar em mutirão nas bases, levar mais sério as atividades da comunidade; levar a Campanha da Fraternidade das comunidades para as outras esferas da sociedade, evitar que nossas crianças sejam manipuladas pela mídia.
Agradecidos/as pelo caminho percorrido neste nosso mutirão, voltamos nossos olhos para o 38º Curso de Verão, a ser realizado de 07 a 16 de janeiro de 2025 e que terá como tema: Semear o Bem-Viver: Caminhos para o cuidado com a Saúde Mental.
São Paulo, 13 de janeiro de 2024