Com seu jeito descontraído, alegre e comunicativo, a psicóloga, terapeuta e educadora sexual, Ana Cristina Canosa continuou sua assessoria no 28º Curso de Verão, que acontece na PUC-SP, entre 6 e 14 de janeiro, sobre “Corporeidade e identidades: mapeando o universo da sexualidade humana e das relações afetivas”.
Na manhã desta quinta-feira, 8, terceiro dia do curso, Ana Canosa abordou a questão do exercício da sexualidade na adolescência, indicando que a grande maioria (75% das mulheres e 100% dos homens) se inicia sexualmente na adolescência.
Nos últimos anos surgiu uma nova maneira de se relacionar que é expressa pelo “ficar”, e que indica um contrato informal e temporário, sem obrigatoriedade de continuidade. Essa maneira de se relacionar tem sido importante fator de aprendizado social, afetivo e sensorial entre os adolescentes, afirmou a psicóloga.
Já com relação ao namoro, percebe-se entre os adolescentes e jovens que há um contrato formal, que ele faz uma escolha, mantendo, portanto, uma relação estável que implica a fidelidade. Há um tipo de simbiose e, sobretudo, a proteção mútua.
A psicóloga afirma que no que se refere ao casamento, a partir do Novo Código Civil há uma nova maneira de conceituar a família, diminuindo a importância do pátrio poder, e definindo-a como “entidade familiar”. É necessário verificar quais são as motivações para o casamento entre os adolescentes e jovens. Infelizmente, muitas vezes essas motivações partem de imposição familiar, angústia econômica, gravidez, desejo de sair da casa dos pais, necessidade de apoio emocional.
A paternidade e maternidade entre os adolescentes e jovens se dá principalmente por curiosidade, por acreditar na onipotência juvenil (comigo não vai acontecer), por ter-se iniciado sexualmente sem orientação, por necessidade de aceitação, entre outros motivos.
No que diz respeito às relações homoafetivas, Ana Canosa afirma que é comum que muitos adolescentes e jovens tenham esse tipo de experiências por curiosidade, como forma de iniciação sexual ou até mesmo para definir sua orientação sexual. Tais experiências, contudo, não significam que a pessoa tenha de fato desejo por relacionar-se com pessoas do mesmo sexo.
Há também os solitários que, segundo a psicóloga, em geral sofrem algum tipo de comprometimento da auto-estima, sentimento de exclusão social, fragilidade emocional e, até mesmo, são prisioneiros da própria família.
Equipe de Comunicação do Curso de Verão