Começou na última sexta-feira (6) a 30ª edição do Curso de Verão, promovido pelo Ceseep (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular) e pelas dezenas de cursistas e voluntários que participam anualmente do mutirão de construção e condução do curso.
Os cursistas foram se acomodando por volta das 14h30 no teatro Tuca da PUC-SP em meio à animação de músicas como Tambores de Palmares (Zé Vicente) e O Menino e o Mar (João Bá) e gritos de “Fora Temer” de cursistas em manifestação contrária ao atual presidente da República Michel Temer. A abertura teve início com a coordenadora do Curso de Verão Cecília Franco e o assessor José Nildo pedindo que alguns cursistas se apresentassem e dissessem quais eram seus lugares de origem pelo país.
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Voluntários do curso desceram pelo teatro estendendo faixas coloridas e depois foram acompanhados pelos cursistas, sentados de seus lugares, com as faixas que também haviam recebido. Uma projeção fez homenagem a pessoas que deixaram a caminhada no plano terreno – como o arcebispo emérito de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns que faleceu no final do ano passado – e uma leitura teatral falou sobre a história de formação do curso, seu caráter ecumênico e popular e o objetivo de formar sujeitos transformadores de sua própria realidade.
Também foi abordada a importância da arte no curso desde sua primeira edição, em 1988. “O Curso de Verão não nasceu, ele estreou”, afirmou uma das leituras. Foi apresentado ainda o painel na edição desse ano, com o desenho de sementes para simbolizar o que vai sendo germinado durante o mutirão e de rostos como símbolo da diversidade cultural entre os cursistas.
“Todo verão eu percebo uma movimentação na universidade e esse movimento me deixa feliz”, afirmou a reitoria da PUC-SP Profa. Dra. Maria Amalia Andery em saudação aos cursistas. “É para isso que a universidade deve ser. É uma honra que vocês usem o espaço para a criação e discussão, grupos que são tão importantes para o País. Eu que agradeço a vocês”, declarou.
Paz como temática
O presidente do Ceseep padre Benedito Ferraro falou aos cursistas sobre o tema do curso deste ano. “Diz o papa sobre a violência que se exerce sobre pedaços de maneiras diferentes e vários níveis e provoca inúmeros sofrimentos: guerras em diversos continentes, terrorismo, criminalidade, ataques imprevisíveis, abusos sofridos pelos imigrantes, as vítimas do tráfico humano e a devastação ambiental”, afirmou. “A violência não é o remédio. Responder a violência com violência leva, na melhor das hipóteses, a migração formação e a sofrimento”, criticou.
O coordenador-geral do Ceseep José Oscar Beozzo também falou sobre o tema. “Quero que não pensemos como uma distração, mas como algo relacionado às pessoas que sofrem das violências estruturais e também como essas”, afirmou ao pedir um minuto de silêncio pelas recentes mortes em presídios e a chacina ocorrida em Campinas e o ataque do Estado Islâmico em Istambul (Turquia) ocorridos durante a passagem do ano.
Unidade entre as religiões
O prof. dr. Wagner Lopes Sanchez realizou, em seguida, assessoria aos cursistas referente ao tema do ecumenismo. “Quando olhamos a natureza, vemos muitas diferenças. Ela é marcada pela diversidade e esse componente vem dela”, afirmou em uma analogia com as diferentes religiões existentes.
Para o professor, a unidade entre as pessoas que professam as diferentes religiões é necessária para a construção de um mundo melhor. Buscar o ecumenismo é respeitar e ser amoroso com outras experiências religiosas, construir uma espiritualidade e se comprometer por um mundo mais humano, justo e igualitário. “Devemos ser ecumênicos quando estamos sozinhos e na convivência com as pessoas”, disse.
O cursista Eduardo Barbosa, 35, afirmou que gostou da abertura. “Foi ótima, trouxe a memória de todos os outros anos”, afirmou ele que está na quarta edição e participou também nos cursos de 2012, 2014 e 2016.
Já para a cursista Tayná Vieira, 16, a assessoria sobre ecumenismo foi importante para os cursistas. “Achei ótima a assessoria, já entendo um pouco sobre assunto, mas é bom saber mais e para quem está começando a ter contato agora”, disse.
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