O padre Cilto Rosembach, membro da coordenação geral do Curso de Verão, avisou aos cursistas pouco antes de acabar a segunda assessoria no Teatro da Universidade Católica (Tuca): “Não saiam daí, que daqui a pouco temos um comunicado importante”. Não havia tido o tradicional forró após o almoço no dia anterior por causa da falta de um dos integrantes da equipe de animação.
Os cursistas, em burburinho, suspeitaram sobre o que era a mensagem: “Hoje a partir das 13h, no 2° andar, até às 14h, vai ter forró!”, comprovou Cilto ao final da palestra.
“O forró é uma tradição nordestina que reforça a cultura do encontro”, afirmou Guto Godoy, 19, logo após começar o segundo baile, no último sábado (9), nos corredores da PUC-SP. “Ajuda na convivência dos cursistas, na partilha”, disse ele que participa pela sexta vez do Curso de Verão e este ano é monitor pela primeira vez na “Tenda” (oficina) de Arte e Espiritualidade.
Briza Mary, 16, que é cursista pela quarta vez, também foi uma das primeiras a chegar ao segundo andar. Ela conta que aprendeu a dançar forró com os amigos no curso. “A gente passa o ano todo esperando o curso e o forró. Em São Paulo, não tem muitos lugares para dançar”, diz ela que participa da Pastoral da Juventude da arquidiocese e também do Movimento de Defesa do Favelado (MDF). “Às vezes a gente nem conhece a pessoa e acaba se aproximando com a dança”.
Tradição
O baile improvisado acontece todos os anos no CV após o almoço. Neste ano, ficou programado para os dias 7 (em que não ocorreu), 8, 9, 11 e 13 das 13h às 14h.
“O forró é sagrado para o Curso de Verão”, afirma Guilherme Gutierrez, 24, que há quatro anos é um dos que “puxa” a música e este ano entrou oficialmente para a equipe de animação. Era ele o responsável pelo acordeão quando conversou com o site do Ceseep ao final do baile deste sábado. “A importância do forró para o curso é sair da lógica do estudo e ver com quem se convive todo dia”, afirma. “O Curso de Verão propõe isso, além de restaurar o cancioneiro popular. Faz parte da metodologia do Ceseep”.
Segundo ele, a dança costuma ser a opção da maioria dos cursistas no tempo vago após os almoços. “Aqui o cansaço não manda, tanto para quem toca, tanto para quem dança”, conclui.
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Arthur Gandini