“O painel ele é um tanto quanto abstrato. Eu elegi alguns elementos simbólicos, como o círculo (vários círculos) e a profusão de cores para representar a diversidade, estando mais associado com a espiritualidade. Como é um painel abstrato, a maneira como for interpretado, será sempre válida, uma vez que não há uma interpretação única. A leitura do painel é feita a partir do percurso e da memória de cada pessoa, da maneira como ela simboliza o mundo e a realidade.
O painel tem a ver com um dos textos que é mais místico e tem, portanto, a ver com o caminho interior e a diversidade religiosa: os círculos e os pontos foram inspirados em uma imagem do candomblé, quando se faz o rito iniciático e se pinta a cabeça com esses pontos. Aqui não há uma representação de uma cabeça humana, mas tem essa referência gráfica ao candomblé. Também há o eixo vertical e horizontal que faz, por sua vez, uma ponte com o cristianismo, trazendo uma cruz. Já os vários pontos querem representar a diversidade e a pluralidade.
Há uma série de riscos em volta do campo amarelo e com um elemento mais em cima que se baseia na plumagem dos cocares usados pelas várias nações indígenas e povos originários. A imagem do círculo representa a união, a espiritualidade, o infinito e a própria comunidade.
O painel é bem colorido exatamente para representar essas diversidades. A cor amarela ficou no centro por ser bem luminosa, como metáfora do caminho interior iluminado.
Os movimentos circulares, com a sucessão de círculos, trazendo também a ideia de espiral, indica que a vida sempre proporciona experiências e oportunidades, que não se repetem do mesmo modo, mas com sensações de que a gente passa por experiências muito próximas. Trazendo também a oportunidade de revermos os caminhos quando nos deparamos com situações próximas àquelas já vivenciadas.”
Jorge Demarchi
Equipe de Comunicação