Em meio à descrença na política brasileira é importante a mobilização.
A sociedade brasileira encontra-se descrente e com certo desprezo em relação à política, e aos políticos de um modo geral. Estamos vivendo uma incredulidade, com tantas incertezas (econômicas e sociais), que se transformou em uma crise de confiança.
Segundo pesquisa de opinião realizada pela Fundação Getúlio Vargas, brasileiros de todas as regiões, faixa etária e renda carregam uma insatisfação que se reflete numa falta de confiança generalizada no presidente (83%), nos políticos (78%) e nos partidos (78%). Pesquisa realizada, durante o mês de agosto, com 1568 entrevistados de diversos munícipios, em todo território nacional.
A crise de representação política não é um fenômeno somente no Brasil, ela é mundial. Colocando em dúvida a legitimidade dos partidos políticos, enquanto agentes que representam os interesses da população.
E mesmo com um certo clima de ceticismo político, podemos reverter a situação com mobilização e debate aberto, é o que testemunham alguns agentes políticos presentes no 31º Curso de Verão. E 2018, é ano de renovação, de eleição.
A ex-prefeita de Campinas (SP), Izalene Tiene, observa que “só com participação popular e resgate dos excluídos podemos reverter o atual quadro político e social”. “Estamos em um momento onde o sistema capitalista financeiro está com a hegemonia e nós estamos em uma defensiva dos partidos, do trabalho e de todas as políticas sociais. Acho que a reversão é necessária e podemos fazer com organização a partir da Igreja, dos movimentos sociais, dos partidos, e de todos os espaços onde estão as pessoas, principalmente, as pessoas que estão à margem da sociedade, que estão mais distantes das políticas públicas e do Estado. O Debate, a articulação, mobilização e manifestação”, conclui.
Em meio a esta conjuntura, a renovação das elites partidárias e a conexão com a juventude se tornam fundamentais. “Há mesmo um descrédito da política institucional partidária por diversos motivos: primeiro a questão ética pelos escândalos de corrupção e outro por não se sentir representado”, pondera Higor Mamede, presidente da Juventude do PSOL – Guarulhos (SP). Ele mesmo sentiu descrença e indignação. E a forma que ele encontrou foi se engajando e ocupando estes espaços para combater à corrupção.
Quando o assunto é ação na política, é Vera Lúcia Rodrigues de Faria, candidata a vice-prefeita de Campinas, que analisa o período que esteve presente no Curso de Verão 2018 e sai esperançosa. “O Debate proposto pelo Curso de Verão foi importante. Tenho acompanhado nas tendas (oficinas) e nos corredores como a política é bonita, ela trata do bem comum, para que as pessoas não tenham nem mais nem menos, tenham todas o necessário para viver bem. A política é para defender o bem viver, é para defender essa vida. É uma profecia falar de política em um momento que a política está ruim. E que não pode ficar só no descobrimento, tem que dar um passo adiante, como partir para ação”, finaliza.
Por fim, vale recordar que é importante uma Reforma Política, são muitos os partidos chamados de nanicos que são verdadeiras legendas de aluguel. Também são necessários, mas a mudança deve vir. É essencial, sobretudo, a reaproximação com os cidadãos – os partidos precisam se fortalecer nas ruas.