Enquanto houver pobres, haverá Teologia da Libertação.
(Pablo Richard)
O CESEEP recebe, com tristeza, a notícia sobre a partida do teólogo, biblista e animador de comunidades latino-americanas, Pablo Richard.
Nasceu no Chile em 1939. Estudou filosofia em Viena, na Áustria (1961-1963). Licenciou-se em teologia na Universidade Católica do Chile (1966) e, em Sagradas Escrituras, no Instituto Bíblico de Roma (1969). Nos anos seguintes frequentou a Escola Bíblica de Jerusalém. Em 1973, após o golpe militar de Pinochet, exilou-se na França, onde viveu até 1978. Ali, obteve doutorado em Sociologia da Religião pela Universidade de Sorbonne. Em 1978, mudou-se para a Costa Rica, onde passou a integrar a equipe do Departamento Ecumênico de Investigações (DEI), do qual foi diretor. Foi professor de teologia na Escola Ecumênica de Ciências da Religião da Universidade Nacional da Costa Rica e foi integrante da Comissão de Estudos de História da Igreja na América Latina (CEHILA) e membro ativo de AMERÍNDIA e da ASETT (Associação Ecumênica do Teólogos do Terceiro Mundo).
Dentre uma longa lista de publicações, lembramos de duas importantes para a vida das comunidades latino-americanas e para o CESEEP: Morte das cristandades e nascimento da Igreja (Paulinas, 1982) e A Igreja latino-americana. Entre o temor e a esperança (Paulinas, 1982). Dentre seus comentários bíblicos, destacamos o estudo dos Atos dos Apóstolos, na obra “O Movimento de Jesus antes da Igreja” e o Apocalipse, uma releitura deste último livro da Bíblia em contexto latino-americano.
Livros publicados
NOTA DO COORDENADOR GERAL DO CESEEP, PE. JOSÉ OSCAR BEOZZO.
É com tristeza que recebo a notícia da partida de Pablo Richard, amigo e companheiro de muitas jornadas e sonhos.. A sua tese de doutorado, Morte das Cristandades e nascimento da Igreja, é um marco na interpretação da caminhada histórica da Igreja na América Latina. Levei para a Paulus o original em francês e a Editora topou traduzi-la e publicá-la. Teve logo uma segunda edição.
Sua leitura do Apocalipse reinterpretado à luz da perseguição das comunidades de base aqui na América Latina e no Caribe, assim como seu esforço de escuta e diálogo bíblico teológico com os indígenas Kuna do Panamá, são também modelos de aproximação respeitosa com outras culturas, tradições religiosas e espiritualidades.
Vá em paz, Pablo e procuraremos ser fieis ao seu rico legado e testemunho de vida.