A chamada “governabilidade” ou a capacidade de governar é uma expressão que caracteriza o sistema político brasileiro, o presidente não governa sem o congresso e senado e hoje vemos que o judiciário pode deixar de agir em prol a determinados interesses. Esse cenário criou os governos de coalisão, que em teoria trata-se de alianças para aprovação de leis e projetos, na prática essas alianças são acordos escusos que negociam “Pastas ministeriais, emendas e até mensalões” em troca de votos no congresso e/ou senado. A proibição das “pedaladas” fiscais serviu como um dispositivo de controle ainda maior do executivo pelo legislativo.
Após os acontecimentos políticos pós julho de 2013, ficou claro que boa parte dos agentes públicos integram um sistema de troca de favores alimentado por privilégios e corrupção, isso não é novo, mas a crescente desqualificação do exercício da política e do regime democrático.
A crise institucional que castiga o país é fruto de um acordo entre os poderes para atender os interesses de financiadores, o parlamentarismo disfarçado que vivemos, ganhou um reforço de peso o judiciário. Desde então estamos vivendo um estado de exceção, onde as regras estabelecidas hoje podem não valer amanhã, onde quem paga mais, ou oferece mais vantagens legisla, executa e julga o certo e o errado tudo sob a ótica da conveniência.
A Burocracia se tornou um labirinto impenetrável onde negociações não oficiais são amplamente aceitas em nome de fazer andar os negócios e se estruturar condições melhores de vida. O “pistolão” está a muito instituído e agora sentimos os efeitos devastadores dessa prática nociva.
O sistema instituído da Mídia de Massa retira do jogo politico quem não possui recursos para realizar uma campanha em um padrão para atingir grandes grupos do total de eleitores. Isso requer um “Sistema de financiamento” propício a desvios e “favorecimentos”. Essas vantagens são tidas como normais no sistema midiático comercial onde prevalece acordos e trocas muitas vezes contrárias ao interesse público.
Somado a isso a mídia que agora intensificou o apoio a repressão e a criminalização dos movimentos sociais, desmobilizando a luta pela garantia de direitos e conquistas sociais. O único contraponto está nas mídias alternativas e nas redes digitais com denúncias e mobilizações. É nesse contexto que se faz necessário surgir e estruturar “Veículos alternativos” de comunicação que deem aos mais variados grupos que compõem a sociedade e seus legítimos representantes políticos ou culturais, comunitários, etc., oportunidade de contrapor todo este cenário.
Em meio a essa guerra desigual necessitamos compreender melhor esse quadro e suas raízes, para resgatar os pilares do legítimo exercício da política.