Representantes do Povo Negro, que estão participando do 30º Curso de Verão, reuniram-se na tarde do dia 11 de janeiro, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), para refletir as diferentes problemáticas que envolvem a comunidade negra, principalmente em relação ao retrocesso dos direitos adquiridos e à violência de que é vítima.
Participaram do encontro mais de dez líderes do movimento negro, de diferentes organizações, e da Pastoral Afro-Brasileira, dentre eles: Vera (SP), Lucas (RJ), Itoro (BA), Edson (BA), Irene (SP), Roberta (PR), Júlio César (SP) e padre Beozzo (SP).
Essa não é a primeira reunião que o grupo realiza. Já se reuniu também no dia 09, onde apresentou a proposta de se fazer uma moção ao governo federal em repúdio pelo “desmanche” dos direitos adquiridos. Direitos esses que foram conquistados a partir de grandes lutas.
Leia a MOÇÃO DE REPÚDIO AS POLÍTICAS DO GOVERNO FEDERAL EM RELAÇÃO A COMUNIDADE NEGRA
O grupo ratificou a proposta e apresentou um esboço do texto que foi aprovado por todos, sendo solicitada apenas uma alteração. Uma vez definida a redação final, esse texto será proposto para a assinatura por parte de todos os representantes do povo negro que estão participando do Curso de Verão.
“A comunidade negra vinha numa curva ascendente, embora lenta, de conquistas de direitos e, neste momento, esse caminho foi interrompido. Muitas pessoas têm raiva de que se assegure uma política de reconhecimento dos direitos dos negros”, refletiu padre Beozzo.
Na reunião também foi abordada a questão da grande violência que os negros sofrem em todo o país. Há uma violência política e um projeto de extermínio contra a comunidade negra.
É necessário tomar consciência do retrocesso que vem ocorrendo em relação aos direitos e diante do momento atual é ainda mais urgente a necessidade de articulação. Todas as lideranças e movimentos em defesa do povo negro precisam se articular para denunciar e ter ações concretas para garantir os seus direitos.
O grupo deixou registrado, ainda, que no Curso de Verão – cujo tema é “Educar para a paz em tempos de injustiças e violência” – faltou a presença de um assessor negro que falasse sobre a dura realidade da violência contra a comunidade negra, com números concretos, como: o genocídio da juventude negra, a violência contra a mulher negra, a população carcerária, em sua grande maioria negra.
O artigo está ótimo, fiel aos comentários e encaminhamentos ocorridos na reunião. Agradeço em nome do Coletivo. Negr@Sair Zumbilesc@s do XXX CV/ SP. Vera Lopes.