No Chile dos anos 1970, mulheres se reuniam dentro das igrejas, onde bordavam tecidos com os restos das roupas de seus maridos e filhos desaparecidos. Com “arpillas” (panos de jutas, utilizados em sacos para carregar batatas e farinha), elas colocavam cartas escondidas em pequenos pedaços de tecido e vendiam como artesanato. Era uma das formas de denunciar as atrocidades cometidas pelo governo ditatorial de Augusto Pinochet. Assim eram conhecidas as “arpilleras”.
A tenda (oficina) “Arpilleras: Mãos Que Tecem” tem como patrona Violeta Parra, que foi arpillera, artista, poetisa e musicista chilena.
No Brasil, inspirado nessa manifestação, existe o movimento de arpilleras vítimas do rompimento das barragens de Mariana, em Minas Gerais, e do impacto da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará. Em 2015, elas se reuniram no SESC Casa do Artesão, em Cuiabá (MT), com o intuito de denunciar a devastação que ocorre nas florestas matogrossenses.
Claudinea Gonçalves, monitora da tenda, conta sobre sua atividade. “A proposta da tenda é bordar a nossa luta, o que cada um traz e mostrar isso através dos bordados. Tem trabalhos expostos, feitos no Curso de Verão pelas próprias cursistas. E um em mutirão, que será mostrada no TUCA”.