“Para entender o livro do Apocalipse é preciso ter os pés fincados no chão”, afirmou Rafael Rodrigues da Silva, professor de Teologia e membro do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), na quarta-feira, 11 de janeiro, e na quinta-feira, 12, responsável pela parte pastoral e teológica do 30º Curso de Verão, cujo tema é “Educar para paz em tempos de injustiças e violência”.
Rafael falou sobre: “Apocalipse: Profecia em tempos de perseguição e violência”. Disse que o livro do Apocalipse foi “escrito num contexto em que os impérios estão fazendo vítimas, estão eliminando vidas”; e prosseguiu “os Apocalipses são textos que apontam para a esperança e a resistência”, afirmou.
O Apocalipse é um livro da bem-aventurança, do caminho, da busca. A construção de um novo céu e uma nova terra tem a ver com a destruição do mar, que simboliza o mal e a opressão. O novo céu e a nova terra só vão acontecer nessa busca com a queda do império, com a queda dos que estão massacrando nesta vida.
“O livro que traz a profecia e a luta numa dimensão das comunidades dos fracos. As primeiras páginas do Apocalipse são as cartas às sete comunidades. Duas comunidades onde o Apocalipse dá atenção, a comunidade fraca e a comunidade pobre. O nome dessas comunidades está muito bem gravado na história” continuou.
De acordo com Rafael, o Apocalipse é escrito para os oprimidos e fala das opressões. Neste livro os opressores não se reconhecem, mas os oprimidos se sentem convocados a se reunirem e lutarem. “O Apocalipse não foi escrito para quem está oprimindo, mas para as comunidades que estão sofrendo a opressão, para trazer uma chave para entender e reverter a situação”, destacou.