Esse é o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica que,
em todo o Brasil, será aberta pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
(CONIC) nessa quarta feira, 10 de fevereiro ou, no próximo domingo, o
1º da Quaresma. De fato, desde o ano 2000, essa será a 4a Campanha da
Fraternidade Ecumênica. Reúne cinco Igrejas cristãs e diversas
organizações interconfessionais. Dessa vez, além das Igrejas, essa
Campanha da Fraternidade envolve também a Misereor, organização dos
bispos católicos da Alemanha. O tema geral é o cuidado com a Terra,
especialmente no que diz respeito ao saneamento básico que inclui o
abastecimento de água urbano e rural; a coleta e tratamento de esgoto; o
manejo adequado dos resíduos sólidos (lixo) e a drenagem das águas de
chuva. Certamente, na realidade que, nesses dias, enfrentamos no Brasil,
não podemos esquecer o combate a mosquitos que transmitem doenças
que assolam a nossa população e provocam tantos males.
governo nos últimos dez anos, ainda temos um longo caminho a percorrer
no cuidado com a terra e com os nossos rios. É difícil compreender como
um país que produz até aviões comerciais de grande porte não consegue
solucionar os problemas de saneamento nem em cidades centrais como
São Paulo e Rio de Janeiro. Os centros metropolitanos de médio e de
grande porte enfrentam cada vez mais problemas relacionados à poluição
da água. Nas cidades, a maior parte do esgoto residencial e industrial
contamina todas as águas superficiais, como rios, lagos, e o próprio
oceano. Nos grandes rios brasileiros, ainda se veem esgotos serem
jogados in natura.
que participam do Conselho Nacional de Igrejas (CONIC) tenham um
desafio tão concreto e urgente para ligar com a celebração da Quaresma e
da Páscoa. De fato, a responsabilidade pela Terra como causa comum tem
de unir dois aspectos: o cuidado ambiental e a ecologia social. Tanto o
Conselho Mundial de Igrejas, em seus documentos, como o papa
Francisco, na sua encíclica Laudato si, têm insistido: não se pode
separar o equilíbrio ambiental e o cuidado com a justiça. Por isso, nessa
CF 2016, o lema é a palavra bíblica: “Quero ver a justiça brotar como
fonte e o direito correr como riacho que não seca” (Am 5, 24). Essa
profecia confirma: O que para Deus é mais importante não é o culto e
nem atos de devoção individual e sim que todos cuidem da justiça social
e trabalhem para que, no país e no mundo, todos tenham respeitados os
As estatísticas mostram que, no Brasil, apesar dos esforços do
É uma graça divina que, no Brasil, ao menos as cinco Igrejas
seus direitos individuais, sociais e de saúde. Só assim, as celebrações se
tornarão profundas e chegarão aos ouvidos de Deus.
obrigação do governo e que, sobre isso, os cidadãos comuns podem fazer
pouco. De fato, em termos estruturais, é verdade: a primeira obrigação é
do governo. No entanto, a tarefa dos cidadãos é velar e exigir que os seus
direitos sejam respeitados. O trabalho das autoridades deve ser
complementado pelo cuidado de toda a população. A limpeza de córregos
e rios feita pelas autoridades públicas só funciona se a população
colabora e não joga lixo nas ruas. Nessa linha, o texto-base da CF 2016,
dirigido aos cristãos de todas as Igrejas e pessoas de boa vontade, sugere
várias ações simples e cotidianas. O objetivo é criar uma nova
consciência de cuidado com a terra e com a água, assim como uma maior
solidariedade social. O texto propõe que as comunidades cristãs
estimulem as pessoas a fazerem a coleta seletiva do lixo caseiro e a tratar
a rua como espaço coletivo a ser cuidado por todos. Além disso, como
gesto comum, nessa Quaresma, pede que evitemos o consumismo. Como,
em muitas Igrejas, o jejum é um costume tradicional do tempo da
Quaresma, a CF 2016 propõe que façamos um dia de jejum, repartindo
com uma família mais pobre o alimento daquele dia. Que essa CFE nos
ajude a aprofundar a unidade das Igrejas que Deus quer e pede que
vivamos. “Ó Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o
nosso planeta, morada de todas as espécies e povos. Dá-nos assumir, na
força da fé e em irmandade ecumênica (com as outras Igrejas cristãs), a
corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo para
todos. No seguimento de Jesus, com a alegria do Evangelho e com a
opção pelos pobres. Amém”. (oração da CFE – Texto base, p. 73).
Ao falar em saneamento básico, muita gente dirá que isso é
obrigação do governo e que, sobre isso, os cidadãos comuns podem fazer
pouco. De fato, em termos estruturais, é verdade: a primeira obrigação é
do governo. No entanto, a tarefa dos cidadãos é velar e exigir que os seus
direitos sejam respeitados. O trabalho das autoridades deve ser
complementado pelo cuidado de toda a população. A limpeza de córregos
e rios feita pelas autoridades públicas só funciona se a população
colabora e não joga lixo nas ruas. Nessa linha, o texto-base da CF 2016,
dirigido aos cristãos de todas as Igrejas e pessoas de boa vontade, sugere
várias ações simples e cotidianas. O objetivo é criar uma nova
consciência de cuidado com a terra e com a água, assim como uma maior
solidariedade social. O texto propõe que as comunidades cristãs
estimulem as pessoas a fazerem a coleta seletiva do lixo caseiro e a tratar
a rua como espaço coletivo a ser cuidado por todos. Além disso, como
gesto comum, nessa Quaresma, pede que evitemos o consumismo. Como,
em muitas Igrejas, o jejum é um costume tradicional do tempo da
Quaresma, a CF 2016 propõe que façamos um dia de jejum, repartindo
com uma família mais pobre o alimento daquele dia. Que essa CFE nos
ajude a aprofundar a unidade das Igrejas que Deus quer e pede que
vivamos. “Ó Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o
nosso planeta, morada de todas as espécies e povos. Dá-nos assumir, na
força da fé e em irmandade ecumênica (com as outras Igrejas cristãs), a
corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo para
todos. No seguimento de Jesus, com a alegria do Evangelho e com a
opção pelos pobres. Amém”. (oração da CFE – Texto base, p. 73).
Marcelo Barros é monge