Começou na terça-feira, 28, o Curso de Ecumenismo 2016 do Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização e Educação Popular (Ceseep). A atividade tem como tema “Casa Comum Nossa Responsabilidade”, assunto que também impulsiona a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 (CFE 2016). O evento propõe uma reflexão a respeito da contribuição das Igrejas cristãs para a construção e preservação da casa comum. A programação pretende lançar dois olhares: sobre a trajetória histórica das Igrejas cristãs e sua caminhada ecumênica e sobre suas iniciativas em relação ao cuidado com a nossa casa comum.
Participam da formação 23 pessoas das várias regiões do país, desde o extremo norte ao sul, juntamente com duas cubanas, e terá duração de 15 dias. Neste momento inicial abordou a evolução histórica do ecumenismo na dimensão bíblica, teológica e social. De acordo com Padre Doutor José Oscar Beozzo, temos fatores históricos que nos levam ao diálogo e outros que são entraves. A intolerância não é um fenômeno do nosso momento histórico. “O ecumenismo passa sempre pelo diálogo; é fundamental distinguir fé da explicação da fé”, reforça Padre Beozzo.
O grupo teve a oportunidade de assistir à peça de teatro no dia 29: O Avesso do Claustro que fala sobre o legado de Dom Helder Câmara, arcebispo de Recife e Olinda, personagem fundamental nas históricas lutas de resistência política durante o regime militar e na construção do ideário da igreja progressista engajada nos movimentos sociais. sobrenome)
A metodologia do curso prima pela convivência, a experiência diária com o pluralismo. Para Rubens Pita, de Garanhuns/PE, membro da escola “Fé e Política Padre Humberto Plummen”, o curso de ecumenismo do Ceseep proporciona a vivência da diversidade, de fato, com pessoas de diversas denominações religiosas e culturas. “Podemos experimentar isso nas conversas, no estudo, nas brincadeiras, nas celebrações, no dia-a-dia”, relata Rubens.
O ecumenismo é um desafio que vem sendo trabalhado historicamente por pessoas de boa vontade aliadas a organizações ecumênicas. O Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), fazem parte desta realidade e surgiram após o Concílio de Edimburgo em 1907. “Vemos no movimento ecumênico não apenas a utopia, mas a experiência do diálogo. Com dificuldades e com desafios, no entanto, a esperança da unidade nos move”, partilha Lizandra Carpes de Joinville/SC do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (Cebi), participante do curso.
A proposta da dimensão ecumênica no atual contexto é trabalhar as questões ambientais. A Laudato Sí, encíclica do Papa Francisco e a CFE 2016 serão pauta do curso que propõe mudança de cultura e comportamento nos cuidados com a casa comum. “Não temos como fugir deste tema, é responsabilidade de todas as instituições da sociedade promover a proteção ao meio ambiente”, ressalta Débora Maria Borba, Mandaguarí/PR, que faz parte do grupo. Para ela a Igreja tem a força para sensibilizar as pessoas por conta da própria necessidade humana na busca pelo “sagrado”.