Nesta sexta-feira, dia 12 de janeiro, completou-se o 4º dia do Curso de Verão 2018. São grandes os esforços assumidos pelas equipes de trabalhos e por todos os participantes para que este espaço de convivência, de partilha e de aprofundamento de um tema possibilite a todos uma maior compreensão do momento atual e que desperte nas lideranças a beleza da participação popular e da sua organização.
No anseio de saborear a liberdade frente a toda indignação foi iniciado o momento de mística no Teatro Tuca. É preciso lançar luzes em nossos caminhos, saber que em cada ação em vista do bem comum se vislumbra sempre um horizonte de esperança. Por isso, para se ter a clareza da caminhada é muito importante criar espaços para a formação. É ela que ajuda a entender qual o chão em que pisamos e para onde vamos.
O eixo fundamental assumido no 31º Curso de Verão foi a formação política. E visando atender um viés mais prático sobre esta conturbada realidade nacional, houve na sexta-feira as assessorias de Terezinha Toledo e Antônio Geraldo de Aguiar. Ambos apresentando a importância do engajamento político e social, principalmente por pessoas cristãs, que são chamadas a assumirem na história a sua inserção na Igreja e no mundo.

Ao explicar a primeira fase da gênese deste Movimento, Terezinha diz que foi a partir da Conferência Episcopal de Medellín (1968), perante o anseio de atualização do Concílio Vaticano II e a confirmação da Igreja Católica Latino-Americana em assumir a opção preferencial pelos pobres, que nascem, nos anos 1970, as Comunidades Eclesiais de Base e as pastorais de base. Foram elas que, de dentro da Igreja, deram apoio aos movimentos populares e aos sindicatos.
No entanto, na década de 1980 a Igreja tomou a decisão de não ter um partido político próprio. Ela incentivava a participação nos partidos, ocasionando certa dispersão dos cristãos católicos diante da inserção em diferentes partidos e a pouca influência de seus membros nas direções partidárias. Terezinha afirma que “o trabalho de base era com o Movimento Fé e Política, mas quando chegava na direção, poucos se engajavam e isso se perpetua até os dias de hoje. O trabalho de base dificilmente é reconhecido”.
As iniciativas para garantir na Igreja o engajamento e a saudável relação entre Fé e Política encontram muitas barreiras, principalmente após o golpe de 2016. A assessora destacou como razões a própria falta de incentivo da Igreja em mobilizar a participação dos cristãos nos encontros e debates e o próprio desencanto e criminalização da política diante de todas estas crises atuais.
Deste modo, Terezinha apresenta como solução para dar continuidade aos trabalhos e efetivar os encontros formativos de fé e política do Movimento a urgente necessidade de assumir um caminho inverso, ou seja, ao invés de realizar os encontros nacionais, deve-se retomar e animar os grupos de bases e dar continuidade ao aprofundamento da temática “bem viver” como busca de um projeto de transformação social.

Por isso, Geraldo afirma que é de suma importância que se dê continuidade ao processo mais claro de organização dos grupos existentes na Igreja, da inserção e da vivência na relação entre fé e política. O compromisso libertador, na perspectiva de transformação da sociedade, exige que se articule formação, ação e organização.
Assista, abaixo, estas assessorias:















