DESEMPREGO E UBERIZAÇÃO DO TRABALHO: A FACE MODERNA DA ESCRAVIDÃO
UM DESAFIO PARA AS PASTORAIS URBANAS
Data: 01 de agosto a 04 de setembro de 2021
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APRESENTAÇÃO
O direito ao trabalho é fundamental na vida das pessoas. O trabalho é o garante do ganha-pão e propicia o exercício da criatividade e da auto formação. Boa parte do que somos provém da experiência do trabalho. Nele, vive-se a partilha, o aprendizado profissional, os conflitos trabalhistas, confrontam-se ideias, valores e são estabelecidas relações com pessoas diferentes entre si. Trabalhar vai além de receber um salário e assegurar o próprio sustento e o de sua família. Define a pessoa socialmente e dá sentido à sua vida. Se as pessoas forem impedidas de trabalhar, fere-se algo essencial de suas vidas. No trabalho, experimenta-se também sua exploração, que redunda no enriquecimento de poucos, às custas do suor de muitos. No limite, persistem formas análogas ao trabalho escravo.
A história mostra a persistente luta por condições dignas de trabalho, remuneração justa, pelo direito à organização sindical, a contratos coletivos, a descanso, férias, lazer, seguridade social e aposentadoria. A história recente mostra, porém, retrocessos neste campo. Sob o pretexto de “flexibilização” das leis trabalhistas, assiste-se à perda desses direitos, à precarização do trabalho, à informalidade e ao crescimento do desemprego, que se tornou estrutural, dificultando aos jovens o acesso ao primeiro emprego.
A terceirização do trabalho tornou-se um meio de as empresas, e mesmo de o Estado, eximirem-se de suas responsabilidades sociais e trabalhistas e desemboca na uberização forçada. Na prática, o chamado empreendedorismo joga nas costas do trabalhador toda a atual insegurança e volatilidade do mercado de trabalho. Por outro lado, persiste a desigualdade salarial entre homens e mulheres e entre brancos e negros.
Dentro do sistema capitalista vigente, que expolia os direitos dos trabalhadores, os países ricos fazem dos países do terceiro mundo o quintal de produção de artefatos para o seu consumo, em condições de trabalho precarizadas, incluindo o trabalho escravo, como forma maximizar seu lucro às custas dos mais pobres. Vê-se pouco ou nenhum investimento por parte dos governos em políticas públicas para o trabalho e geração de renda, sobretudo em relação aos jovens em busca do seu primeiro emprego.
Esta é uma realidade que preocupa as pastorais urbanas e os movimentos sociais que veem, em seu cotidiano, cada vez mais pessoas sem rumo e sem condições de cuidar de si e de suas famílias. Assim, os movimentos sociais com sua militância política, sindical e social e as igrejas e suas pastorais, são chamados a tomar consciência da realidade e a interpelar a sociedade e os poderes públicos acerca dos perigos da perda de direitos conquistados ao longo de décadas e do desemprego naturalizado que faz recair a culpa do fracasso na busca de emprego, sobre o próprio trabalhador.
A situação agrava-se ainda mais neste tempo de pandemia pelo COVID-19. O que já era necessário tornou-se urgente. A uberização do trabalho é consequência deste modelo de organização social e traz consequências graves para a maioria da população. A pandemia desvelou uma crise existente em todas as áreas sociais, mas terá impactos fortes em relação à economia e ao mundo do trabalho.
O Curso Latino-americano de Formação Pastoral de 2021 propõe estudos e debates sobre estes temas, na busca de um posicionamento crítico frente ao atual sistema de produção capitalista que exclui, marginaliza e empobrece cada vez mais as pessoas. Tornam-se massa de manobra para atender ao afã de lucro de um pequeno grupo que se enriquece cada dia mais às custas da exploração da mão de obra, sem nenhuma garantia de direitos trabalhistas e de seguridade social.
O curso propõe-se também a refletir sobre as causas da não percepção do sistema de exploração, naturalizado a partir da propaganda constante das mídias patrocinadas pelo poder político e econômico dominante na sociedade. Vende-se como “empreendorismo”, o que são novas e mais sofisticadas formas de exploração do trabalho. Além disso, cabe refletir sobre a saúde dos trabalhadores (formais e informais) e sobre os protocolos de prevenção ao contágio pelo COVID-19.
Pelo segundo ano consecutivo, o curso será realizado no formato online, em virtude das medidas sanitárias de prevenção impostas pela pandemia do COVID-19.
Mesmo no formato remoto, o curso procura manter os principais elementos constitutivos da Metodologia da Educação Popular, com ênfase na participação de cada cursista nos processos de ensino e aprendizagens, segundo a pedagogia de Paulo Freire. Será enfatizado o trabalho de sistematização de experiências em toda a América Latina e o Caribe, acerca das diferentes formas de enfrentamentos aos desafios impostos pelo sistema, especialmente nesse tempo da pandemia.
INSCRIÇÕES
Valor: 250 reais (Brasil) / 50 dólares (outros países)
Inscrições pelo site do CESEEP: www.ceseep.org.br
Informações: www.formacaopastoral@ceseep.org.br / ceseep@ceseep.org.br
Forma de pagamento: Pela chave PIX ou Transferência bancária.
- Chave PIX = administracao@ceseep.org.br
- Transferência bancária: Banco Itaú S/A: Agência: 0251 Conta corrente: 34.307-5
CNPJ: 52.027.398/0001-53
Enviar comprovante de depósito para o e-mail: formacaopastoral@ceseep.org.br ou para o WhatsAapp +55 11 99325 5961.
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