CUIDAR, CONSOLAR E RESISTIR EM MEIO À PANDEMIA: DESAFIO PARA AS IGREJAS E MOVIMENTOS SOCIAIS
APRESENTAÇÃO
No início de 2020 irrompeu o COVID-19. Converteu-se rapidamente numa pandemia mortal em nível mundial. A impressão era de que seria por um curto período de tempo e que logo tudo voltaria ao normal, mesmo que esse “normal” não fosse uma situação boa para todas as pessoas.
A pandemia desvelou crise já existente, que se manifestava na precariedade das condições de vida dos mais pobres. Essa crise agravou-se com as consequências trazidas pelas medidas de distanciamento social. Teve forte impacto, especialmente no mundo do trabalho. Aumentou o desemprego e legitimou a uberização do trabalho. Este foi o tema central do curso realizado em 2021. Provocou boas reflexões sobre a conjuntura atual e acerca da exigência de respostas por parte dos poderes públicos, das pastorais e movimentos sociais.
O principal desafio, que já fazia parte da realidade estruturalmente desigual e injusta da América Latina, foi como lidar com o aumento de empobrecidos e miseráveis. As Igrejas viram-se compelidas a intensificar as ações de atenção a essas pessoas por meio de ações próprias ou articuladas com outras entidades religiosas ou da sociedade civil. Abriram-se aqui caminhos concretos de se viver intensamente a opção pelos mais pobres.
No final de 2021, surgiram sinais de melhoria na situação sanitária, mas fomos, uma vez mais acometidos por nova onda de contágio com a cepa do Omicron, que se disseminava mais rapidamente. Como consequência, cresceu novamente a demanda por leitos hospitalares e aumentou o número de óbitos. É rara a família que não tenha sido afetada pelo vírus, não esteja sofrendo suas sequelas ou perdido entes queridos. O medo do contágio, a solidão e a sensação de instabilidade desencadearam crescente ansiedade, depressão, entre outros distúrbios psicossomáticos. As pessoas passaram a consumir mais e mais medicamentos para tentar sobreviver em meio a uma situação que já não era boa e ficara ainda pior com a pandemia.
São duas as principais dificuldades quando alguém da família passou pelo COVID-19: como acompanhar as pessoas enfermas privadas nas UTIs da presença física da família e de assistência religiosa e como enfrentar mortes repentinas, sem velório com familiares e amigos, nem rituais religiosos de encomendação e despedida, tão confortadores nesses momentos de sofrimento e dores?
Nesse contexto, aumenta a busca por conforto na espiritualidade e no acompanhamento pastoral.
Como as coordenações das pastorais e dos movimentos sociais também fazem parte desse contexto de distanciamento social e de medidas de isolamento veem-se defrontadas por dois desafios: a) atender a demanda por acolhimento, por escuta e suprir as necessidades básicas de quem mais sofre, incluindo a falta de alimentação; b) manter as medidas de proteção ao contágio do vírus, com isolamento social, para si mesmos e para as pessoas a serem atendidas.
As igrejas e movimentos sociais tiveram que se reinventar para dar conta desses e de outros desafios, especialmente aquelas pessoas que entendem a pastoral como um serviço e o movimento social como espaço de lutas por mudanças sociais. Ambos buscam um novo modo de viver, onde todas as pessoas tenham seus direitos garantidos como pessoa humana e estabeleçam uma nova relação de respeito e cuidado com natureza.
As tecnologias de comunicação contemporâneas (plataformas digitais, grupos de WhatsApp, etc.) passaram a ser utilizadas, com êxito, para trabalho remoto, aulas virtuais e encontros e debates. Não substituem, porém, o contato presencial que inclui gestos de afeto, de solidariedade, de ajuda mútua, de serviços e de atendimentos emergenciais.
Mesmo diante desse caos socioeconômico, político e sanitário trazidos pela pandemia, encontramos experiências exitosas, tanto pastorais, como sociais de solidariedade, de troca de informações e de atendimentos aos que necessitam, com formação de redes digitais a serviço do bem comum.
Em 2022, o CESEEP comemora 40 anos de sua criação e de ininterrupto serviço à formação dos setores populares nas Igrejas e na sociedade. Haverá uma edição especial do Curso Latino-americano de Formação Pastoral, que também completa 40 anos. O curso tem procurado atender às demandas pastorais e sociais por formação em toda a América Latina, Caribe e países africanos de língua portuguesa. Tem sido importante espaço para estudo da realidade, para conhecimento e intercâmbio de experiências pastorais e sociais e para aprofundamento de temas relevantes, com destaque para as pastorais urbanas, embasados nas ciências sociais e iluminados pela Palavra de Deus.
Pelo terceiro ano consecutivo o curso será realizado no formato online, em virtude das medidas de isolamento social impostas pela pandemia do COVID-19. Terá como tema: CUIDAR, CONSOLAR E RESISTIR EM MEIO À PANDEMIA: DESAFIO PARA AS IGREJAS E MOVIMENTOS SOCIAIS
Os encontros serão realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, das 15h às 18h (Horário de Brasília-Brasil). Alternará momentos de palestras gerais e de trabalho em pequenos grupos.
Mesmo nesse formato on line, o curso mantém os elementos fundamentais da Metodologia da Educação Popular, com ênfase na participação e protagonismo de cada cursista no processo formativo.
Ao final do curso, o grupo fará a sistematização das aprendizagens teóricas e da troca de experiências sobre as diferentes formas de enfrentamentos aos desafios impostos às pastorais e movimentos sociais pela pandemia, nos vários países da América Latina, do Caribe e da África.
Valor: 200 reais (Brasil) / 40 dólares (outros países)
Informações: formacaopastoral@ceseep.org.br / ceseep@ceseep.org.br
Forma de pagamento: Pela chave PIX ou Transferência bancária.
- Chave PIX = administracao@ceseep.org.br
- Transferência bancária: Banco Itaú S/A: Agência: 0251 Conta corrente: 34.307-5
- Cartão de Crédito ou boleto bancário via Pag Seguro
CNPJ: 52.027.398/0001-53
Enviar comprovante de depósito ou do PIX para o e-mail: formacaopastoral@ceseep.org.br ou para o WhatsAapp +55 11 91315-7150.
COORDENAÇÃO/ASSESSORIA
André Langer
Professor na Faculdade Vicentina – FAVI (Curitiba-PR) e tradutor. Participa da Pastoral Operária. Doutor em Sociologia, mestre em Ciências Sociais Aplicadas e graduado em Teologia e Filosofia.
Cremido José Volanin
Mestre em Ciências Sociais (PUC-SP), com formação em filosofia e teologia. É coordenador de cursos do CESEEP.
Lourdes de F. P. Possani
Mestre e doutora em Educação (PUC-SP), com estudos nas áreas de currículo e educação popular. É coordenadora pedagógica do CESEEP.
Pe. José Oscar Beozzo
Mestre em Sociologia da Religião (Louvain – Bélgica) e doutor em História Social (USP-SP). É vigário da Paróquia São Benedito, em Lins e Coordenador Geral do CESEEP.
Juçara Teresinha Zottis
Comunicadora popular e membro da equipe de comunicadores da Rádio Comunitária Cantareira. Atua na Pastoral da Comunicação e é colaboradora do Curso de Verão – equipe de comunicação.
Cilto José Rosembach
Graduado em: Filosofia, teologia, pedagogia, mestre em comunicação-semiótica PUC- SP, radialista- locutor profissional, fundador do Jornal Cantareira, da Rádio Cantareira, da Associação Cantareira, do Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos, pároco na paróquia Mãe e Rainha ,Jd. Panamericano ,Jaraguá-SP, assessor das Ceb’s, palestrante sobre comunicação popular, comunicação litúrgica, técnicas de comunicação, diversos artigos sobre comunicação e pastoral, no curso de verão, foi membro da equipe de comunicação da Região Episcopal Brasilândia, por longos anos.
Jorge Miklos
Psicoterapeuta, Professor e Pesquisador. Graduado em História, Ciências Sociais e Psicologia. Especialista em Psicologia Analítica. Mestrado em Ciências da Religião e Doutorado em Comunicação. Pós-doutorado em Comunicação Comunitária.
Mara Sandra Parlow
Nascida em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. Licenciada em Ciências, ambientalista e embaixadora Lixo Zero, pelo Instituto Lixo Zero Brasil. Teóloga ecofeminista da Libertação, com bacharelado, mestrado e doutorado pela Escola Superior de Teologia, São Leopoldo/RS (Área de Concentração: Religião e Educação). Pastora da IECLB em Belo Horizonte/MG, onde acompanho uma Comunidade de fé e a IBML (Instituição Beneficente Martim Lutero), a qual abriga projetos sociais. Coordenadora do Fórum ESPERANÇAR/IECLB.
Rafael Rodrigues da Silva
Assessor e do diretor nacional do CEBI (2018-2020), mestre em Ciências da Religião pela UMESP, mestre em Teologia pelo ITESP, doutor em Comunicação e Semiótica e Livre docente em teologia pela PUC-SP. Professor do curso de Medicina, da Universidade Federal de Alagoas, campus Arapiraca.
Raul Martínez Arreortua
Graduado em Sociologia pela Universidade Ibero Americana México. Mestre em Pastoral Urbana pela Universidade Lumen Gentium México. Fez o curso de Pastoral Urbana no CESEEP. Pertence à Diocese de Valle de Chalco, Estado do México. Faz parte da Rede de Pastoral urbana do México.
Silvio Caccia Bava
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1975), mestrado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (1983). É Pesquisador do Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais e Action Aid Brasil. Tem experiência na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Fundamentos do Planejamento Urbano e Regional. Atuando principalmente nos seguintes temas: Movimento de Trabalhadores, Movimentos Sociais, Poder Local, Lutas Sociais. Atualmente é Diretor e editor-chefe do jornal Le Monde Diplomatique Brasil.
Anastasio Gallego Coto
Pró – Reitor da Universidade Técnica Federico Santa María-Campus Guayaquil. Espanhol, vive no Equador há 54 anos. Exerceu por anos o presbiterato como Carmelita Descalço. Atualmente é conselheiro do movimento camponês. Trabalhou no Movimento Ecumênico e foi Reitor da universidade. Sempre ligado à Igreja Católica.
Erminia Maricato
Professora Titular aposentada da USP e professora visitante do Instituto de Economia da Unicamp. Foi Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo (1989-1992). Foi coordenadora do curso de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. (1998-202). Formulou a proposta de criação do Ministério das cidades (2002) e foi sua Secretária Executiva (2003-2005). Criou o Laboratório de Habitação e Direitos Humanos (LABHAB) da FAUUSP.
Romi Marcia Bencke
Teóloga luterana, estudou nas Faculdades EST, de São Leopoldo (RS), formando-se nos anos de 1990. Foi pastora de comunidade na IECLB. Realizou estudos de mestrado na Universidade Federal de Juiz de Fora em Ciências da Religião. Secretária Executiva do CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, com sede em Brasília, onde vem desenvolvendo um trabalho ecumênico da maior envergadura, sendo reconhecida no Brasil e no exterior como uma pessoa que contribui de forma excepcional à causa ecumênica.
Cuando pienso en Cesep siento completa gratitud.
Hice el curso para mikitantes cristianos en 1989.
Una de las grandes experiencias de formación y compañerismo de mi vida.
Saludos a todo el Equipo y compañeros.
Quisiera saber que cursos y en qué modaludad está Cesep impartiendo.
Atte. Cridtina Gutierrez B