Ontem, 14 de julho de 2023, um evento extraordinário marcou nossas vidas e nos proporcionou uma experiência única de aprendizado e reflexão. A tão aguardada roda de diálogo sobre “Espiritualidade como Resistência dos Povos Originários e de Terreiros” reuniu um grupo diverso de pessoas interessadas em explorar as profundezas desse tema tão relevante. Essa roda faz parte do programa do Curso Latino-Americano de Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso que iniciou no dia 08 de julho e vai até o dia 23 de julho.
Na Casa Comunitária do CESEEP, localizada no Ipiranga, o ambiente estava impregnado de energia e respeito mútuo. A sala estava repleta de participantes ansiosos por ouvir as vozes poderosas de Mãe Luciana Bispo do Ilé Obá Asè OGODO, assistente social e Lar Maria e Sininha; Kwigel Puri, Mestrando em Ciências Humanas e Sociais, Especialista em Antropologia e graduado em Teologia; Priscilla dos Reis Tupi, é teóloga feminista indigenista e articuladora de Direitos Humanos em diversos coletivos; Natália Blanco é jornalista e comunicadora popular, trabalha SempreViva organização feminista (Comunidade Umbandista Associação Cultural e Social Congo Tupinambá); Pai André da Comunidade Umbandista Associação Cultural e Social Congo Tupinambá; Daniel Souza é teólogo, educador, cientista da religião, (Ilé Obá Asè OGODO). A conversa foi mediada pelo querido Obalerá, cientista social, poeta, e mestrando em filosofia, que assessorou os cursistas nos dias anteriores sobre temáticas de racismo religioso.
Ao longo da tarde, mergulhamos em diálogos ricos e esclarecedores. Cada um dos convidados trouxe perspectivas únicas e experiências pessoais que nos permitiram compreender melhor a importância da espiritualidade como forma de resistência. Exploramos os rituais, as práticas sagradas e o conhecimento ancestral que permeiam a vida desses povos e como eles têm enfrentado o colonialismo, a opressão e o apagamento cultural.
Ficamos emocionados ao ouvir as histórias de luta e resiliência, de como a espiritualidade tem sido uma âncora que fortalece a identidade e a resistência dessas comunidades. Além disso, aprendemos sobre as valiosas contribuições que eles trazem para a construção de uma sociedade mais inclusiva, sustentável e espiritualmente consciente.
A roda de diálogo despertou em nós a necessidade de reconhecer e valorizar as práticas espirituais dos povos originários e de terreiros. Abriu nossos olhos para a importância de aprender com essas comunidades, respeitar suas crenças e promover a diversidade cultural em todas as esferas da sociedade.
Ao encerrarmos o evento, nos despedimos com o coração cheio de gratidão e inspiração. As reflexões compartilhadas na roda de diálogo continuarão a ecoar em nossas mentes e corações, impulsionando-nos a agir em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
Agradecemos imensamente a todos os participantes, aos palestrantes e à equipe envolvida na organização desse evento transformador. Que possamos levar adiante as lições aprendidas e promover uma verdadeira mudança em nossa relação com a espiritualidade e com as culturas tradicionais.
Que essa roda de diálogo seja apenas o começo de uma jornada contínua de aprendizado e engajamento em favor da espiritualidade como resistência e da valorização dos povos originários e de terreiros.